Homem carrega a bandeira grega em protesto na Grécia (Stefania Mizara/Corbis/Latin Stock)
Da Redação
Publicado em 24 de outubro de 2012 às 05h12.
Berlim - A União Europeia concederá mais dois anos de prazo para que a Grécia possa sanear suas finanças e permitirá que Atenas leve até 2016 para reduzir seu déficit público para menos de 3% do PIB.
Esses são os principais pontos presentes na minuta para um memorando de entendimento que a Grécia negocia com seus credores internacionais e que hoje foram revelados pelo diário alemão "Süddeutsche Zeitung".
O país também poderá atrasar a aplicação das reformas em seu mercado de trabalho e no setor energético, além de ter a possibilidade de adiar a privatização de empresas estatais e de bens imobiliários.
Com isso, o governo de Antonis Samaras receberá a próxima parcela da ajuda de seus sócios europeus, no valor de 32 bilhões de euros, embora com a condição de que sua coalizão entre em acordo sobre o pacote de austeridade.
O "Süddeutsche Zeitung" revela também que Atenas conta com 8,8 bilhões de euros oriundos das privatizações, em vez dos 19 bilhões calculados inicialmente.
No entanto, não está claro como será fechado o rombo financeiro que acontecerá nos anos 2013 e 2014 como consequência das concessões feitas à Grécia para atrasar o cumprimento dos seus objetivos, em montante que pode alcançar 18 bilhões de euros.
O jornal alemão acrescenta ainda que também não ficou claro como a Grécia se financiará a partir de 2014, mas indica que a chanceler alemã, Angela Merkel, e outros dirigentes da UE, que até agora mantinham uma postura dura, se convenceram de que a saída da Grécia da zona do euro traria muitos riscos políticos e econômicos.
Embora o país dependa do próximo pacote de ajuda para não quebrar no fim de novembro, o dinheiro só será desbloqueado após a assinatura do memorando de entendimento e da apresentação do relatório da troika internacional.