Economia

Tusk diz que relação da UE com EUA está sob "imensa pressão" por Trump

O presidente do Conselho Europeu afirmou a União Europeia está preparada para os piores cenários comerciais com os Estados Unidos

Apesar dos esforços para manter o Ocidente unido, as relações transatlânticas estão sob uma imensa pressão devido às políticas do presidente Trump, disse Tusk (Jonathan Ernst/Reuters)

Apesar dos esforços para manter o Ocidente unido, as relações transatlânticas estão sob uma imensa pressão devido às políticas do presidente Trump, disse Tusk (Jonathan Ernst/Reuters)

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EFE

Publicado em 27 de junho de 2018 às 11h21.

Bruxelas - O presidente do Conselho Europeu, Donald Tusk, afirmou nesta quarta-feira que as relações entre a União Europeia (UE) e os Estados Unidos estão submetidas a uma "imensa pressão" por causa das decisões do presidente americano, Donald Trump, e alertou que a UE deve "se preparar para o pior cenário".

"Apesar de nossos incansáveis esforços por manter o Ocidente unido, as relações transatlânticas estão sob uma imensa pressão devido às políticas do presidente Trump", indicou Tusk em carta de convite aos líderes dos Vinte e Oito para a cúpula que será realizada em Bruxelas entre quinta e sexta-feira.

O político polonês disse que é "importante ter em mente o contexto geopolítico após a cúpula do G7 no Canadá", de cujas conclusões Trump se distanciou enquanto reafirmava suas últimas medidas protecionistas.

Tusk precisou que fará uma avaliação diante dos líderes europeus sobre o estado da situação e apontou que, "enquanto esperamos que ocorra o melhor, devemos estar dispostos a preparar a nossa União para os piores cenários".

Os líderes comunitários manterão na reunião uma discussão sobre comércio, depois que a UE tenha começado a aplicar tarifas no valor de 2,8 bilhões de euros a uma lista de produtos procedentes dos Estados Unidos, como represália pela decisão do Governo desse país de taxar as importações de alumínio e aço comunitário.

Após essa medida de 22 de junho, Trump ameaçou com impor umas tarifas do 20% a todas as importações de veículos chegados aos EUA desde a União Europeia.

O porta-voz de Comércio da Comissão Europeia, Daniel Rosario, insistiu hoje na entrevista coletiva diária da instituição que "não irá especular ou se comprometer a antecipar possíveis reações" sobre o que, por enquanto, é "uma intenção anunciada" dos EUA.

Segundo uma minuta das conclusões que os líderes aprovarão na cúpula desta semana, o Conselho Europeu sublinhará a "importância de preservar e aprofundar as normas baseadas em um sistema multilateral" e de melhorar os funcionamento da Organização Mundial do Comércio (OMC).

Além disso, apontará que a decisão de Washington de impor tarifas a produtos de aço e alumínio europeu "não pode ser justificada sobre a base da segurança nacional", por isso que dará seu "total apoio" a ações para voltar a equilibrar a situação, as "potenciais medidas de salvaguarda para proteger nossos próprios mercados" e os procedimentos legais relacionados com a OMC.

A Comissão Europeia denunciou os Estados Unidos perante a organização com sede em Genebra pela imposição de tarifas às suas importações de alumínio e aço.

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