Economia

Turbulência política atrasa segunda etapa do ajuste fiscal

A proposta da nova CPMF, por exemplo, tem 22 dias na Casa, mas nada avançou desde então - chegou à primeira comissão, mas não há relator ainda


	Nova CPMF: a proposta da nova CPMF, por exemplo, tem 22 dias na Casa, mas nada avançou desde então - chegou à primeira comissão, mas não há relator ainda
 (Rafael Neddermeyer/ Fotos Públicas)

Nova CPMF: a proposta da nova CPMF, por exemplo, tem 22 dias na Casa, mas nada avançou desde então - chegou à primeira comissão, mas não há relator ainda (Rafael Neddermeyer/ Fotos Públicas)

DR

Da Redação

Publicado em 14 de outubro de 2015 às 10h22.

Brasília - A batalha político-jurídica do impeachment deve paralisar, ao menos temporariamente, a segunda etapa do ajuste fiscal na Câmara dos Deputados.

A proposta de emenda à Constituição da nova CPMF, por exemplo, tem 22 dias na Casa, mas nada avançou desde então - chegou à primeira comissão, mas não há relator ainda.

Outra medida, o projeto de repatriação de recursos no exterior não declarados ao Fisco, só teve o relator indicado na semana passada - ao menos neste caso há urgência constitucional.

Antes mesmo de qualquer votação para reforçar o ajuste de 2016, o governo tem que resolver com urgência a votação da redução da meta deste ano, cujo anúncio ocorreu em julho.

O projeto enviado ao Congresso que corta a meta de superávit de 1,13% para 0,15% do PIB(e que dá margem para um déficit primário) ainda não foi examinado.

Mesmo com a pressão do Tribunal de Contas da União sobre as contas públicas, o governo voltou a trabalhar (com grande risco) nos relatórios de avaliação bimestral de receitas e despesas como se a meta tivesse sido alterada - prática condenada pelo tribunal.

Com o risco de a folga prevista na meta de 0,15% não ser suficiente diante da deterioração das contas públicas, a equipe econômica empurrou o problema.

Na terça-feira, 13, o ministro-chefe da Secretaria de Comunicação Social da Presidência, Edinho Silva, disse que a população não pode ser prejudicada com a paralisação de medidas importantes, como as de ajuste fiscal, por conta das discussões do impeachment.

Segundo ele, a presidente Dilma Rousseff defendeu na reunião de coordenação política ocorrida na manhã de ontem que sejam aprovadas iniciativas como a reedição da CPMF. "Entendemos que a aprovação das medidas de ajuste são fundamentais para criar estabilidade econômica", disse.

"A CPMF, além de dar estabilidade fiscal neste momento, também é importante para a estabilidade fiscal de Estados e municípios", afirmou, destacando que o tributo é "momentâneo". 

Acompanhe tudo sobre:CongressoCPMFImpostosReajustes de preçosSalários

Mais de Economia

BNDES vai repassar R$ 25 bilhões ao Tesouro para contribuir com meta fiscal

Eleição de Trump elevou custo financeiro para países emergentes, afirma Galípolo

Estímulo da China impulsiona consumo doméstico antes do 'choque tarifário' prometido por Trump

'Quanto mais demorar o ajuste fiscal, maior é o choque', diz Campos Neto