Economia

Tsipras pressiona por acordo da dívida grega em maio

Presidente grego disse que terá de recorrer a um referendo se os credores insistirem em exigências consideradas inaceitáveis ​​por seu governo

Premiê grego Alexis Tsipras: (REUTERS/Alkis Konstantinidis)

Premiê grego Alexis Tsipras: (REUTERS/Alkis Konstantinidis)

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Da Redação

Publicado em 28 de abril de 2015 às 09h07.

Atenas - O primeiro-ministro grego, Alexis Tsipras, disse nesta terça-feira estar confiante em um acordo com credores internacionais dentro de duas semanas, depois de mudar sua equipe de negociação e deixar de lado o ministro das Finanças, Yanis Varoufakis, que enfureceu os parceiros da zona do euro.

Mas Tsipras também afirmou que terá de recorrer a um referendo se os credores insistirem em exigências consideradas inaceitáveis ​​por seu governo, eleito com o objetivo de revogar medidas de austeridade.

A Grécia deve ficar sem dinheiro dentro de algumas semanas, mas as negociações com a União Europeia e o Fundo Monetário Internacional (FMI) sobre o fornecimento de mais ajuda estão mergulhadas em impasse por causa das demandas dos credores de que o país faça reformas, incluindo cortes de pensões e a liberalização do mercado de trabalho.

Em sua primeira grande entrevista na televisão desde que foi eleito em janeiro, Tsipras disse que espera um acordo com os credores até 9 de maio, três dias antes do vencimento de uma parcela da dívida com o FMI de cerca de 750 milhões de euros (815,5 milhões dólares).

Ele descartou um default, mas enfatizou que a prioridade é pagar salários e pensões.

Os mercados financeiros gregos e o euro se revigoraram na segunda-feira na esperança de que o rebaixamento do ministro Varoufakis, um acadêmico marxista propenso a repreender seus pares da zona do euro, iria melhorar as perspectivas de um acordo em breve e assim evitar o calote que poderia levar à saída da Grécia da moeda comum.

Questionado sobre as opções caso não se chegue a um acordo, Tsipras afastou a possibilidade de eleições antecipadas, mas disse que o governo não tem o direito de aceitar exigências que estejam fora dos limites do seu mandato e, por isso, teria de pedir aos gregos que decidam.

"Se a solução estiver fora do nosso mandato, não terei o direito de violá-lo, portanto, a solução a que chegaremos terá de ser aprovado pelo povo grego", disse o premiê à televisão Star.

"Mas estou certo de que não vamos chegar a esse ponto. Apesar das dificuldades, as possibilidades de ganhar nas negociações são grandes. Não devemos ceder aos movimentos de pânico. Quem fica com medo neste jogo, perde."

Tsipras disse que a Grécia está na reta final das negociações, apesar das diferenças sobre questões-chave, como a reforma trabalhista, cortes nas pensões e uma proposta de aumento de impostos sobre ilhas turísticas populares.

Ele disse esperar que um acordo inicial sobre as reformas saia esta semana ou na próxima, e que as vendas de ativos seriam parte das concessões oferecidas, incluindo dois itens principais - a venda do porto de Pireu e o contrato de locação de 14 aeroportos regionais.

Tsipras também afirmou que a Grécia está esperando o pré-pagamento de 3 bilhões a 5 bilhões de euros em lucros futuros se o país fechar um acordo com a Rússia sobre um projeto de gasoduto.

Na segunda-feira Tsipras nomeou o vice-chanceler Euclid Tsakalotos -um de seus aliados mais próximos e um economista de fala mansa, bem relacionado com os funcionários que representam os credores- para chefiar as novas negociações com os credores da Grécia.

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