Economia

Trump sugere que corte de impostos pode compensar alta de tarifas aduaneiras

Para especialistas, os novos impostos aduaneiros podem aumentar os preços, no momento em que a inflação no país se aproxima dos 2% da meta do Fed

Donald Trump, ex-presidente dos Estados Unidos (Win McNamee/AFP)

Donald Trump, ex-presidente dos Estados Unidos (Win McNamee/AFP)

AFP
AFP

Agência de notícias

Publicado em 11 de março de 2024 às 16h25.

Última atualização em 11 de março de 2024 às 16h37.

O ex-presidente Donald Trump, que quer voltar à Casa Branca, disse, nesta segunda-feira, 11, à CNBC, que quer impor tarifas de 10% às importações dos Estados Unidos, uma medida cujo impacto para as famílias pode ser atenuado mediante o corte de impostos.

"Os impostos podem baixar", disse Trump quando perguntado sobre o potencial impacto negativo do aumento do custo dos produtos importados nos lares americanos.

Muitos economistas temem que um aumento das tarifas aduaneiras possa perturbar o comércio internacional, além de pressionar o orçamento das famílias americanas, que compram produtos importados.

Os especialistas consideram que novos impostos aduaneiros podem fazer os preços subirem, agora que a inflação nos Estados Unidos se aproxima dos 2%, meta do Federal Reserve (Fed, Banco Central americano).

"Acredito muito nas tarifas por duas razões. Primeiro, por sua eficiência econômica, quando outros países querem se aproveitar de nós (...) Mas para além do aspecto econômico, dão o poder de negociar com outras nações", explicou o ex-mandatário.

Em seu mandato anterior, entre 2017 e 2021, Trump aumentou os impostos aduaneiros de bens, incluindo o aço e o alumínio, gerando atritos tanto com sua rival, China, como com a União Europeia, bloco que é aliado próximo de Washinghton.

Os Estados Unidos e a China travaram uma "guerra comercial" com tarifas de um e do outro lado do tabuleiro durante a era Trump.

A China depois negociou um acordo que permitiu maiores importações de produtos americanos como forma de reduzir, ligeiramente, o déficit comercial dos Estados Unidos com a China. A balança segue sendo amplamente favorável para o gigante asiático.

A União Europeia "nos ataca tão duro como a China. Mas fazem isso sorrindo", disse Trump nesta segunda.

Trump é o único postulante à indicação presidencial republicana depois que sua rival, Nikki Haley, suspendeu sua campanha após a última "Superterça" eleitoral, que o ex-presidente venceu com folgas.

O presidente Joe Biden privilegia uma política de restrições às exportações para a China, particularmente de produtos tecnológicos. Também reduziu investimentos americanos no país.

Biden pôs fim aos conflitos comerciais iniciados por Trump com a UE, em particular sobre o aço e o alumínio.

Acompanhe tudo sobre:Donald TrumpEstados Unidos (EUA)Joe Biden

Mais de Economia

BNDES vai repassar R$ 25 bilhões ao Tesouro para contribuir com meta fiscal

Eleição de Trump elevou custo financeiro para países emergentes, afirma Galípolo

Estímulo da China impulsiona consumo doméstico antes do 'choque tarifário' prometido por Trump

'Quanto mais demorar o ajuste fiscal, maior é o choque', diz Campos Neto