Economia

Trump quer levantar possibilidade de fixar tarifas no NAFTA

O tratado foi duramente criticado pelo presidente, ao considerar que lesa os empregos nos EUA com a mudança das fábricas para o México

Trump: as mudanças estão em uma minuta elaborada pelo escritório de Comércio Exterior dos Estados Unidos que circula entre membros do Congresso (Kevin Lamarque/Reuters)

Trump: as mudanças estão em uma minuta elaborada pelo escritório de Comércio Exterior dos Estados Unidos que circula entre membros do Congresso (Kevin Lamarque/Reuters)

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EFE

Publicado em 30 de março de 2017 às 13h01.

Nova York - O governo dos Estados Unidos quer revisar o Tratado de Livre-Comércio da América do Norte (NAFTA) com mudanças que abrem as portas para o estabelecimento de taxas tarifárias, informa nesta quinta-feira o jornal "The Wall Strett Journal" (WSJ).

As mudanças estão em uma minuta elaborada pelo escritório de Comércio Exterior dos Estados Unidos que circula entre membros do Congresso como parte da gestões prévias para renegociar os termos do tratado.

O NAFTA, assinado pelos EUA, México e Canadá em 1992 e que entrou em vigor em 1994, foi duramente criticado pelo presidente Donald Trump, ao considerar que lesa os empregos nos EUA com a mudança das fábricas para o México para economizar custos de produção.

A minuta propõe que qualquer país possa aplicar tarifas a produtos de importação caso exista um fluxo de importações que possa gerar "graves danos ou ameaça de graves danos" a sua indústria nacional.

À margem disso, as "modestas" mudanças propostas, segundo o WSJ, não incluem medidas específicas sobre temas polêmicos, como as regras de origem para os produtos que são trocados na região ou os painéis de arbitragem comercial.

O WSJ sustenta que o documento estabelece a necessidade de "melhorar os procedimentos para resolver disputas", mas não estabelece claramente a necessidade de eliminar estes painéis, que alguns críticos acreditam que infringem a soberania nacional.

Também não estabelece nada específico para reduzir o déficit que possa haver em determinadas áreas e nem recursos sobre políticas monetárias que possam beneficiar determinada moeda dentro do comércio regional.

O jornal lembra que o governo de Donald Trump deve informar ao Congresso com 90 dias de antecedência sobre o início de qualquer negociação para revisar o NAFTA.

Em 3 de março, o secretário de Comércio, Wilbur Ross, antecipou que o NAFTA seria a primeira prioridade de sua agenda comercial, e disse que um dos temas que poderiam ser revisado é o das regras de origem.

Semana depois, Ross e o secretário mexicano de Economia, Ildefonso Guajardo, mantiveram uma primeira reunião para analisar os passos prévios a seguir para renegociar este tratado que une comercialmente os três países.

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