Trump: a reserva foi estabelecida como armazém de emergência em 1975 durante a crise energética (Yuri Gripas/Reuters)
EFE
Publicado em 23 de maio de 2017 às 18h06.
Washington - A proposta orçamentária do presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, apresentada nesta terça-feira inclui a venda de quase metade da Reserva Estratégica de Petróleo e a abertura do Refúgio Nacional do Ártico, no Alasca, à exploração petrolífera, com a meta de aumentar os investimentos fiscais.
As vendas da Reserva Estratégica de Petróleo (SPR, na sigla em inglês), que atualmente conta com 688 milhões de barris e ficariam em apenas 270 milhões barris, começariam neste ano pelo valor de US$ 500 milhões e alcançariam um total de US$ 16 bilhões na próxima década.
"Acreditamos que é o mais responsável a se fazer (...) O risco se reduz drasticamente quando incrementamos a produção como fizemos", disse Mick Mulvaney, diretor do Escritório de Gestão e Orçamento da Casa Branca.
Mulvaney se referia assim ao forte aumento da produção nacional devido à técnica da fraturamento hidráulico, que aproximou os EUA da independência energética.
A SPR foi estabelecida como armazém de emergência em 1975 durante a crise energética de então gerada pelo embargo à venda a certos países, incluindo os EUA, imposto pelos países árabes da Organização dos Países Exportadores de Petróleo (Opep).
"Dada a trajetória de longo prazo de produção de energia e capacidade de transporte, uma SPR menor é projetada para que seja capaz de continuar com nossas obrigações internacionais e necessidades de emergência", detalha o plano de Trump.
Por outro lado, se propõe aumentar os investimentos federais através da distribuição de licenças de exploração no Refúgio Nacional de Vida Selvagem do Ártico, no Alasca, uma área ambiental protegida na que se calcula que haja 12 bilhões de barris de petróleo
Com estas permissões, os cálculos indicam que poderiam ser gerados US$ 1,8 bilhão adicionais.
No entanto, esta proposta conta com a oposição frontal dos grupos ambientais e não assume a dificuldade e os altos custos operativos em um lugar tão remoto e com condições meteorológicas tão extremas.
Além disso, apresenta a supressão do acordo para compartilhar as regalias pela exploração petrolífera com os estados do Golfo do México, algo que encontrará a oposição de legisladores de estados como Louisiana, Mississipi e Texas, que recebem atualmente 37,5% dos pagamentos das empresas petroleiras ao governo federal.
Por fim, a proposta sugere a venda de linhas de transmissão de eletricidade de propriedade federal a investidores privados em vários estados do oeste do país por um valor de US$ 2,4 bilhões.