Economia

Trump promete "endireitar" comércio com G7

A cúpula do G7 acontece em meio a grande tensão comercial entre os países, causado pelas novas tarifas norte-americanas ao aço e ao alumínio

O presidente está enfrentado críticas de seus aliados por conta das novas tarifas adotadas por seu governo (Kevin Lamarque/Reuters)

O presidente está enfrentado críticas de seus aliados por conta das novas tarifas adotadas por seu governo (Kevin Lamarque/Reuters)

R

Reuters

Publicado em 8 de junho de 2018 às 11h40.

Última atualização em 8 de junho de 2018 às 11h41.

[simulador-financeiro][simulador-financeiro]

La Malbaie - O presidente dos Estados Unidos Donald Trump, se voltou contra o Canadá e a União Europeia nesta sexta-feira e disse que pretende sair mais cedo de uma reunião com líderes das nações do G7, aumentando os temores de uma guerra comercial.

O confronto causado pelas tarifas norte-americanas ao aço e ao alumínio criou o risco de um rompimento do G7, que durante sua história de 43 anos buscou encontrar consensos na economia e em outras questões.

Trump, que assessores disseram ter pouco interesse no multilateralismo, retomou suas críticas ao Canadá e aos "acordos comerciais injustos" com países do G7 logo cedo nesta sexta-feira. A Casa Branca informou que ele deixará as conversas quatro horas antes do programado.

Ao sair mais cedo da cúpula no Canadá, o líder dos EUA perderá debates sobre a mudança climática e energias limpas e terá partido quando o primeiro-ministro canadense, Justin Trudeau, e outros líderes começarem a realizar coletivas de imprensa que devem estar repletas de críticas à política comercial norte-americana.

"Esperando para poder endireitar acordos comerciais injustos com os países do G-7. Se não acontecer, saímos ainda melhores!", tuitou Trump na manhã desta sexta-feira, antes de sua partida de Washington para Québec.

Autoridades admitiram que o clima estará excepcionalmente tenso.

"Haverá alguns desentendimentos sérios sobre muitas coisas", disse uma autoridade canadense aos repórteres na noite de quinta-feira.

Embora Trump tenha dito que as tarifas são necessárias para proteger a indústria de seu país, o Canadá e a UE as denunciaram por vê-las como ilegais e estão preparando medidas retaliatórias.

Ainda na quinta-feira, o presidente francês, Emmanuel Macron, alertou Trump em uma réplica rara dizendo que os outros seis membros do G7 podem formar seu próprio grupo, acrescentando que "nenhum líder é para sempre".

A primeira-ministra britânica, Theresa May, adotou um tom mais moderado, dizendo aos repórteres que quer que a UE mostre moderação ao retaliar as tarifas norte-americanas e que a reação deve ser proporcional e legal.

Trump não deu sinais de recuo nesta sexta-feira, tendo acusado a França e o Canadá mais cedo de imporem tarifas pesadas a bens dos EUA e depois se queixando por Trudeau "estar tão indignado".

Trudeau e Trump devem se reunir nesta sexta-feira "e terão muito para conversar", disse uma autoridade canadense.

Subsequentemente a Casa Branca anunciou que o presidente partirá no sábado, antes do final formal da cúpula, para voar a Singapura para se encontrar com o líder da Coreia do Norte, Kim Jong Un.

 

 

Acompanhe tudo sobre:acoDonald TrumpEstados Unidos (EUA)Guerras comerciaisProtecionismoTarifas

Mais de Economia

BNDES vai repassar R$ 25 bilhões ao Tesouro para contribuir com meta fiscal

Eleição de Trump elevou custo financeiro para países emergentes, afirma Galípolo

Estímulo da China impulsiona consumo doméstico antes do 'choque tarifário' prometido por Trump

'Quanto mais demorar o ajuste fiscal, maior é o choque', diz Campos Neto