Trump: o presidente não esclareceu se as tarifas seriam gerais ou se estaria disposto a contemplar exceções para alguns aliados (Leah Millis/Reuters)
EFE
Publicado em 2 de março de 2018 às 21h06.
Washington - As tarifas que o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, planeja impor às importações de aço e alumínio serão gerais, e não serão contempladas exceções para nenhum país, apenas para certas "situações" particulares, afirmou nesta sexta-feira a Casa Branca.
"O que o presidente anunciou são tarifas gerais, de 25% ao aço e 10% ao alumínio, sem excluir nenhum país", disse um alto funcionário da Casa Branca, que pediu anonimato, em entrevista coletiva telefônica.
Trump afirmou na quinta-feira que "na próxima semana" aprovará a imposição de tarifas de 25% às importações de aço e de 10% às de alumínio de alguns países, e que essas estarão em vigor "por um longo período de tempo".
O presidente não esclareceu se as tarifas seriam gerais ou se estaria disposto a contemplar exceções para alguns aliados dos Estados Unidos, como os países da União Europeia (UE) e o Canadá, que é o maior fornecedor de alumínio e aço aos Estados Unidos.
O funcionário da Casa Branca comentou, no entanto, que na reunião de portas fechadas com executivos do setor antes do anúncio das tareifas, Trump "deixou claro que as tarifas seriam gerais, sem exclusões" a nenhum país.
"Há um problema com a ideia de excluir (países) porque uma vez que você começa não sabe aonde parar. Haverá um processo de exceções não em termos de países, e sim de possíveis situações que possam surgir, mas essa é uma parte padrão de qualquer ordem executiva, para que possa haver flexibilidade", explicou o funcionário.
O Departamento de Comércio tinha proposto a Trump em fevereiro que impusesse uma tarifa global de 24% a todas as importações de aço, e de 53% às procedentes de alguns países, entre eles Brasil, China, Índia e Coreia do Sul.
Quanto ao alumínio, a recomendação era uma tarifa global de 7,7%; de 23,6% às importações de China, Venezuela, Rússia, Hong Kong e Vietnam, e uma quota de 86,7% das exportações aos EUA que houve em 2017.
No entanto, Trump parece ter optado por uma taxa global em vez de concentrar o castigo em países como a China, que segundo o secretário de Comércio dos EUA, Wilbur Ross, é "o grande responsável pelo excesso de aço nos mercados internacionais".
A fonte da Casa Branca ressaltou que os detalhes do anúncio de Trump só estarão "finalizados" na semana que vem e minimizou as críticas que o presidente recebeu do próprio partido republicano pelo suposto impacto que a medida terá na economia americana.
"De um ponto de vista econômico, não há virtualmente nenhum impacto que não seja positivo para (revitalizar) as indústrias" do aço e do alumínio americanos", garantiu o funcionário, que assegurou que os produtos derivados não subirão de preço "quase nada".