Economia

Trump e fabricantes de carros discutem Nafta e normas de combustíveis

Presidente americano quer aliviar as normas estabelecidas pela gestão de Barack Obama para a redução do consumo de combustíveis nos veículos

Indústria automobilística: fabricantes: norte-americanas temem se ver obrigadas a cumprir diferentes padrões para os combustíveis (Germano Luders/Site Exame)

Indústria automobilística: fabricantes: norte-americanas temem se ver obrigadas a cumprir diferentes padrões para os combustíveis (Germano Luders/Site Exame)

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AFP

Publicado em 11 de maio de 2018 às 17h40.

Os líderes das principais fábricas automobilísticas nos Estados Unidos se reuniram nesta sexta-feira (11) com Donald Trump na Casa Branca para encontrar pontos de acordo na renegociações do Acordo de Livre-Comércio da América do Norte (Nafta) e na revisão das normas de consumo de combustível.

"Estamos trabalhando nos padrões CAFE, em medidas sobre o meio-ambiente e em como fabricar mais automóveis nos Estados Unidos", disse o mandatário ao abrir uma mesa redonda com representantes de General Motors, Fiat Chrysler, Ford, Volkswagen, Nissan, Toyota, Mercedes-Benz, BMW, Honda e Hyundai.

Os padrões CAFE (Corporate Average Fuel Economy) são alvo de debate nos Estados Unidos porque o governo Trump quer aliviar as normas estabelecidas por Barack Obama para o período 2022/2025 com o objetivo de reduzir gradualmente o consumo médio da frota de cada fabricante a 4,32 litros para cada 100 quilômetros para 2025.

As fabricantes dizem que os objetivos estabelecidos pelo governo anterior são muito rigorosos, mas também temem se ver obrigadas a cumprir diferentes padrões segundo cada estado.

A Califórnia, o estado mais populoso dos Estados Unidos e tradicionalmente democrata, poderia estabelecer padrões mais rigorosos que os previstos pela CAFE, e uma dezena de outros estados indicaram que seguiriam seu exemplo.

Mas com a queda dos preços da gasolina nos últimos anos, os consumidores americanos passaram a comprar grandes automóveis com sede de combustíveis de maior rentabilidade - o que torna os fabricantes menos propensos a investir em veículos mais econômicos.

Algumas, como a Tesla, tiveram bastante sucesso com os carros elétricos, mas eles representam menos de 1% do mercado americano.

Outra área de discordância entre o governo Trump e as automobilísticas é a renegociação do Nafta, que une EUA, Canadá e México.

Trump parabenizou o italiano Sergio Marchionne, da Fiat-Chrysler, nesta sexta-feira, por sua decisão de transferir uma fábrica do México para os Estados Unidos.

Mas as montadoras, que investiram muito em fábricas no México desde a entrada em vigor do acordo, em 1994, temem que uma mudança nas regras atuais, para permitir que um veículo fabricado no Canadá ou no México possa ser vendido nos Estados Unidos sem pagar tarifas, aumente seus custos.

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