"Veremos", disse Trump sobre o possível acordo com a China (Damir Sagolj/Reuters)
Estadão Conteúdo
Publicado em 9 de maio de 2019 às 14h22.
Última atualização em 9 de maio de 2019 às 15h49.
Washington — O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, voltou nesta quinta-feira a criticar a China por ter tentado "renegociar" o acordo comercial entre os dois países, mas afirmou que ainda é possível firmar um pacto e anunciou ter recebido uma carta do presidente do país asiático, Xi Jinping, sobre o tema.
"É possível. Vamos ver (...) Recebi uma carta muito bonita do presidente Xi, na qual ele pede que 'trabalhemos juntos, façamos alguma coisa", afirmou Trump em pronunciamento na Casa Branca.
Hoje é o último dia do prazo dado pelo presidente americano para que seja selado um acordo comercial com a China.
Trump reiterou que, caso não haja avanços, os EUA aumentarão as tarifas sobre centenas de importações chinesas, da atual cobrança de 10% para 25%, e criticou o governo chinês por ter tido a intenção de "renegociar" parte do pacto quando estava perto de ser concluído.
"Nossa alternativa (no caso de não haver um acordo) é excelente. Sou diferente de outras pessoas. Acredito que as tarifas são muito valiosas para nosso país", acrescentou.
Os chefes negociadores dos EUA, Robert Lighthizer, e da China, o vice-primeiro-ministro Liu He, estão reunidos desde o início da manhã em Washington para uma nova rodada de conversas para alcançar um acordo comercial.
"Durante dez meses a China pagou tarifas de 25% sobre US$ 50 bilhões em bens tecnológicos, e de 10% sobre US$ 200 bilhões em outros bens (...). As de 10% subirão para 25% na sexta-feira", advertiu Trump no último domingo em um tweet inesperado que surpreendeu tanto Pequim como os mercados.
Esta nova ameaça provocou inquietação nas principais bolsas mundiais, que registraram quedas durante toda a semana à espera da concretização da alta tarifária sobre as importações chinesas.
Por sua vez, o governo chinês ressaltou hoje que está "completamente preparado para defender seus interesses" em relação à disputa comercial com os EUA e ameaçou responder com "represálias" se Washington decidir aumentar as tarifas de 10% para 25%.