Trump: o ex-apresentador de reality show acredita que as inversões corporativas custam a seu país o dobro do estimado (Scott Morgan / Reuters)
Da Redação
Publicado em 10 de março de 2016 às 14h18.
Washington - O pré-candidato republicano à Presidência dos Estados Unidos Donald Trump criticou nesta quinta-feira as desvalorizações cambiais em curso em todo o mundo, afirmou que elas prejudicam a economia dos EUA e tiram empregos do país, e apoiou os clamores por uma postura mais dura no comércio.
Indagado sobre a decisão tomada pelo Banco Central Europeu, também nesta quinta-feira, de reduzir as taxas de juros, Trump disse ao canal de televisão CNBC que tais desvalorizações estão levando empregos no setor manufatureiro, entre outros, para fora dos EUA. "Simplesmente ficamos assistindo sem fazer nada", disse Trump.
"Isso está se tornando muito perigoso." Uma medida econômica mais eficaz do que as desvalorizações seria cobrar um imposto sobre produtos feitos no exterior e vendidos nos EUA, particularmente aqueles vindos da China, afirmou Trump.
"A China é a grã-mestra de todos", disse Trump. "Tenho ótimos relacionamentos e relacionamentos de negócios com a China, e mesmo aquelas pessoas dizem que não acreditam nas coisas das quais eles estão se safando."
Além disso, o favorito nas pesquisas de opinião para a indicação republicana para a eleição presidencial do dia 8 de novembro afirmou que, embora apoie o livre comércio se for "justo", os EUA vêm sendo explorados nas negociações.
Trump também disse que, se eleito presidente, irá agir rápido para acabar com as inversões corporativas --quando uma empresa norte-americana adquire uma companhia estrangeira e passa a pagar menos impostos mudando sua sede para o local da empresa comprada.
O ex-apresentador de reality show acredita que as inversões corporativas custam a seu país o dobro do estimado.
Ele disse que a farmacêutica Pfizer e outras que deixaram os EUA recentemente mostram que "há coisas que estão estruturalmente muito erradas no que estamos fazendo".
"Acho que são 5 trilhões de dólares, mas não acho que nosso país faz qualquer ideia do quanto é, mas acho que é muito mais que 2.5 trilhões de dólares", afirmou, referindo-se à perda de arrecadação de impostos quando empresas realizam inversões corporativas.
O empresário do setor imobiliário disse que republicanos e democratas concordam que precisam deter essas inversões, mas "eles não podem fazer um acordo porque não têm liderança".