Economia

Trump diz que ainda não está pronto para fazer um acordo com a China

Para o presidente dos EUA, chineses precisam mais do acordo comercial do que os americanos

Donald Trump: chineses são "muito orgulhosos" (Chip Somodevilla/Getty Images)

Donald Trump: chineses são "muito orgulhosos" (Chip Somodevilla/Getty Images)

EC

Estadão Conteúdo

Publicado em 19 de agosto de 2019 às 06h35.

Última atualização em 19 de agosto de 2019 às 06h36.

O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, afirmou que não está pronto para fazer uma acordo com a China, mas que seu governo tem conversas "muito, muito substanciais" com o país asiático. "Os chineses querem fazer um acordo, vamos ver o que acontece", declarou o republicano a repórteres.

"A China precisa mais de um acordo do que os Estados Unidos", afirmou, acusando chineses de serem "muito orgulhosos enquanto sua economia está com problemas".

Contudo, o líder da Casa Branca disse que a Huawei, gigante chinesa da área tecnológica, é uma empresa com a qual os americanos não devem fazer negócios, "por questões de segurança nacional".

Trump ressaltou que o presidente da China, Xi Jinping, tem capacidade para resolver o que chamou de "problema de Hong Kong" - referindo-se aos protestos na região, que se arrastam há meses -, mas ponderou que será "mais difícil" fazer um acordo comercial com o país asiático em caso de ação violenta sobre os manifestantes.

Em entrevista ao programa “Fox News Sunday”, o diretor do Conselho Econômico Nacional da Casa Branca, Larry Kudlow, confirmou a possibilidade de realizar negociações comerciais com a China nos Estados Unidos, em um esforço para dissipar os temores de escalada da guerra comercial entre os dois países.

Mas Kudlow também disse que a resposta da China aos protestos em Hong Kong pode afetar o resultado da discussão.  Kudlow confirmou que negociadores norte-americanos e chineses vão conversar na próxima semana ou em 10 dias por teleconferência.

“Se as reuniões desses negociadores se concretizarem, como esperamos que ocorra, e nós possamos ter uma renovação substancial das negociações, então estamos planejando que a China venha para os EUA e se reúna com nossos principais negociadores para continuar as negociações”, disse.

Economia dos EUA

O presidente americano não entende que os EUA terá uma recessão. "Nossa economia está indo melhor do que qualquer outra do planeta", afirmou.

O temor de uma recessão global deixou o mercado em pânico na última semana, quando os rendimentos dos títulos americanos de longo prazo foram ultrapassados pelos de curto prazo pela primeira vez desde 2007. 

Alguns investidores veem isso como um sinal iminente de recessão. Um ano após o ocorrido, em 2008, o mundo assistiu aos mercados derreterem e bancos, como o americano Lehman Brothers, quebrarem.

Em entrevista à Exame, o economista-chefe da Infinity Asset, Jason Vieira disse não acreditar que a inversão da curva de juros dos títulos americanos seja uma predição de que a economia dos Estados Unidos vá entrar em recessão. Para ele, “essa distorção de mercado está levando a uma percepção errada”.

No entanto, em um levantamento realizado em agosto com economistas, a probabilidade de uma recessão nos Estados Unidos nos próximos 12 meses subiu para 35% em um levantamento realizado em agosto com economistas, em relação aos 31% da consulta anterior, um reflexo da escalada das tensões comerciais que aumentam as incertezas sobre o rumo da economia.

A taxa de expansão média na maior economia do mundo seria de 2,3% este ano, abaixo do ritmo de 2,5% previsto em uma pesquisa de julho. O PIB deve desacelerar para um ritmo anualizado de 1,8% no terceiro trimestre em relação aos 3,1% nos três primeiros meses do ano e de 2,1% no segundo trimestre.

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