Donald Trump: "Toda vez que a economia avança, eles querem subir os juros de novo", disse o presidente, em referência ao banco central americano (Yuri Gripas/Reuters)
EFE
Publicado em 19 de julho de 2018 às 15h33.
Washington - O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, criticou nesta quinta-feira o ajuste monetário iniciado pelo Federal Reserve (Fed, banco central americano), ao assegurar que não está "entusiasmado" com a alta da taxa de juros, já que pode afetar o bom desempenho econômico.
"Não estou entusiasmado (...) Não gosto de ver todo este trabalho que estamos fazendo na economia e depois ver como os juros estão subindo", afirmou Trump em entrevista à emissora "CNBC" que será transmitida na íntegra amanhã e teve alguns trechos divulgados hoje.
O Fed elevou a taxa de juros em duas ocasiões neste ano, até a categoria atual de entre 1,75% e 2%, como reflexo da boa saúde da economia americana, e propôs duas altas adicionais antes do final do ano.
As declarações de Trump representam uma ruptura com a tradicional postura presidencial de respeitar a independência do banco central e não comentar sua política monetária.
O presidente americano reconheceu que não está "feliz", já que, "toda vez que a economia avança, eles querem subir os juros de novo".
No entanto, acrescentou que, mesmo assim, está lhes deixando fazer "o que consideram melhor" e qualificou o presidente do Fed, Jerome Powell, como "um muito bom homem".
Designado pelo próprio Trump, Powell assumiu em fevereiro o cargo de presidente do Fed em substituição de Janet Yellen e desde então manteve o caminho da progressiva alta de taxas de juros nos EUA impulsionada pela sua predecessora para acompanhar a sólida recuperação econômica do país.
Powell reforçou nesta semana que "o melhor caminho" para a política monetária nos EUA é "continuar com a gradual" alta de taxas de juros, em virtude da força do mercado de trabalho, da inflação acima do objetivo de 2% anual e dos riscos "equilibrados" para as perspectivas em geral.
O Fed tem sua próxima reunião sobre política monetária prevista para os dias 31 de julho e 1º de agosto.