Coronavírus: "Teremos que fazer algumas escolhas difíceis", disse Larry Kudlow (Tasos Katopodis/Getty Images)
Reuters
Publicado em 23 de março de 2020 às 16h51.
Última atualização em 23 de março de 2020 às 16h58.
O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, está cogitando medidas para reativar a economia, apesar de o coronavírus altamente contagioso estar se disseminando rapidamente e os hospitais estarem se preparando para uma onde de mortes relacionadas ao vírus.
Larry Kudlow, o principal conselheiro econômico de Trump, disse à rede Fox News nesta segunda-feira: "O presidente está certo. A cura não pode ser pior do que a doença. Teremos que fazer algumas escolhas difíceis."
A Casa Branca estudará "várias coisas", disse.
Uma semana atrás, Trump emitiu diretrizes que disse objetivarem a desaceleração da proliferação da doença ao longo de 15 dias, inclusive a restrição a viagens desnecessárias. A atividade econômica foi suspensa em alguns Estados.
Na noite de domingo, Trump tuitou: "Não podemos deixar a cura ser pior do que o próprio problema", acrescentando que, ao final do período de 15 dias, "tomaremos uma decisão sobre qual caminho queremos seguir."
Trump, que esperava capitalizar uma economia vibrante em sua campanha para a eleição de 3 de novembro, agora contempla a possível perda de milhões de empregos. Muitos de seus aliados republicanos temem que o fardo imposto à economia dificulte a conquista de mais um mandato de quatro anos.
Os casos de coronavírus aumentaram mais de 15 vezes desde as diretrizes da semana passada. Os hospitais da cidade de Nova York podem entrar em crise em dias, disse o prefeito, Bill de Blasio, no domingo. "Se não conseguirmos mais ventiladores nos próximos 10 dias, morrerão pessoas que não precisariam morrer", afirmou.
O senador republicano Lindsey Graham, um confidente de Trump, alertou para o cancelamento prematuro das medidas de contenção por causa das preocupações com a economia.
"Meu conselho seria seguir os conselhos médicos para conter o vírus", disse ele aos repórteres no Capitólio. "Se pudermos tirar um pouco de pressão da economia, ótimo, mas meu foco principal é fazer com que o vírus seja contido e derrotado. E teremos que sofrer as consequências econômicas."
O governo Trump vem insistindo em medidas de política monetária agressivas para conter o impacto econômico da epidemia depois de o presidente passar semanas minimizando os riscos de saúde e a proliferação rápida do vírus.
Também nesta segunda-feira, o Banco Central norte-americano anunciou uma variedade extraordinária de programas para escorar uma economia prejudicada por restrições abrangentes a pessoas e negócios que os cientistas dizem ser necessárias para limitar a disseminação do coronavírus.
Enquanto Trump pondera maneiras de reativar ao menos partes da economia, alguns conselheiros alertam que a propagação do vírus está piorando no momento.