Donald Trump: "Vamos eliminar os intermediários, que se tornaram muito, muito ricos" (REUTERS/Leah Millis/Reuters)
AFP
Publicado em 11 de maio de 2018 às 22h34.
Donald Trump anunciou nesta sexta-feira (11) um plano para reduzir os preços dos medicamentos nos Estados Unidos, que estão entre os mais caros do mundo, mas a oposição democrata lhe acusou de não ir tão longe quanto havia prometido durante a campanha eleitoral.
"Vamos incrementar a concorrência e reduzir os obstáculos regulamentares para que os medicamentos possam chegar ao mercado rapidamente e mais baratos", garantiu o presidente americano em discurso na Casa Branca com o secretário de Saúde, Alex Azar.
"Vamos eliminar os intermediários, que se tornaram muito, muito ricos", garantiu.
O plano visa essencialmente baixar os preços dos medicamentos para os idosos e os aposentados que estão cobertos pelo programa de previdência social Medicare, mas não prevê a possibilidade, evocada por Trump em sua campanha eleitoral, de deixar a Medicare negociar diretamente o preço dos medicamentos com as empresas farmacêuticas para obter valores mais competitivos.
Parabenizando-se pela iniciativa do presidente republicano de se encarregar dos grupos farmacêuticos, a senadora democrata Clara McCaskill indicou em comunicado que não entendia "porque o presidente renuncia a sua ideia de deixar que a Medicare negocie o preço dos medicamentos diretamente, o que permitiria a milhões de pessoas economizar".
O preço dos remédios é um dos temas mais delicados da política americana. Segundo estatísticas da Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE), os Estados Unidos têm os gastos de saúde mais elevados dos países industrializados, com cerca de 10 mil dólares por habitante, grande parte representada por medicamentos.
Donald Trump acusou também outros países de serem responsáveis pelos preços elevados de medicamentos nos EUA.
"Quando os governos estrangeiros obtêm preços exageradamente baixos de companhias farmacêuticas americanas, os americanos têm que pagar mais para subsidiar os enormes gastos de pesquisa e desenvolvimento", criticou.