Trump: Se não melhorarem, me retiraria da OMC, disse o presidente em entrevista (Michael B. Thomas/Getty Images)
EFE
Publicado em 31 de agosto de 2018 às 12h17.
Washington - O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, ameaçou retirar seu país da Organização Mundial de Comércio (OMC) e acusou a União Europeia (UE) de ser "quase tão má quanto a China, só que menor", em questões comerciais.
Em entrevista com a agência "Bloomberg", Trump reiterou suas exigências à OMC de que deve tratar melhor os EUA e se queixou de que as decisões da organização ao dirimir conflitos comerciais entre países sempre os prejudicam.
"Raramente ganhamos uma demanda, exceto no ano passado", insistiu o presidente americano, que pediu à organização que "melhore", "mude seus modos" e deixe de tratar os EUA "muito mal".
"Se não melhorarem, me retiraria da OMC", disse Trump na entrevista, feita na quinta-feira no salão oval da Casa Branca.
O presidente qualificou a OMC, organização que nasceu em 1995 após árduas negociações impulsionadas pelos EUA para desenvolver o Acordo Geral sobre Tarifas Alfandegárias e Comércio (GATT), assinado em 1947, como "o pior acordo comercial já realizado".
"No último ano começamos a ganhar muito. Sabem por quê? Porque sabem que se não ganharmos, sairei de lá", afirmou Trump.
O representante de Comércio Exterior dos EUA, Robert Lighthizer, qualificou o acordo para permitir a entrada da China na OMC em 2001 como um erro, por não se tratar de uma verdadeira economia de mercado com um controle de subvenções e proteções.
Trump também insinuou a possibilidade de abrir uma guerra comercial com a Europa ao afirmar que a UE é "quase tão má quanto a China, só que menor".
O presidente disse que a oferta da UE para a eliminação das tarifas sobre importação de automóveis europeus "não é boa o suficiente".
Em julho, Trump se reuniu na Casa Branca com o presidente da Comissão Europeia, Jean-Claude Juncker, um encontro que pareceu afastar o perigo de uma guerra comercial após as ameaças de impor à Europa tarifas sobre o aço e o alumínio e os automóveis.
Os especialistas consideram que uma eventual retirada dos EUA da OMC, organização integrada por 164 países que regula o comércio comum e resolve as disputas, seria ainda mais perigosa que a guerra de tarifas que Trump abriu com a China, por suas implicações para o sistema de comércio mundial.