Economia

Trump ameaça China com tarifas sobre outros U$ 300 bilhões em produtos

"Já estamos obtendo 25% sobre US$ 250 bilhões e eu posso elevar ao menos outros US$ 300 bilhões", afirmou o presidente americano

Trump: presidente dos EUA alertou a China sobre outro possível aumento de tarifas (Kevin Lamarque/Reuters)

Trump: presidente dos EUA alertou a China sobre outro possível aumento de tarifas (Kevin Lamarque/Reuters)

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Reuters

Publicado em 6 de junho de 2019 às 08h52.

Última atualização em 6 de junho de 2019 às 09h01.

Irlanda — O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, ameaçou impor tarifas sobre "ao menos" outros 300 bilhões de dólares em produtos chineses, mas disse acreditar que tanto a China quanto o México querem fazer acordos nas disputas comerciais com os EUA.

As tensões entre as duas maiores economias do mundo aumentaram acentuadamente desde que as conversas que visavam acabar com uma guerra comercial acirrada fracassaram no início de maio.

Embora Trump tenha dito nesta quinta-feira que as conversas com a China prosseguem, não houve encontros bilaterais desde 10 de maio, dia em que ele aumentou em 25% as tarifas sobre 200 bilhões de dólares de produtos chineses, levando Pequim a retaliar.

"Nossas conversas com a China, muitas coisas interessantes estão acontecendo. Veremos o que acontece... eu poderia aumentar ao menos outros 300 bilhões, e o farei na hora certa", disse Trump a repórteres, sem especificar quais bens poderiam se afetados.

"Mas acho que a China quer fazer um acordo e acho que o México quer muito fazer um acordo", disse Trump antes de subir a bordo do Força Aérea 1 no aeroporto irlandês de Shannon para acompanhar as comemorações do Dia D na França.

Em Pequim, o Ministério do Comércio chinês adotou um tom desafiador.

"Se os Estados Unidos decidirem escalar as tensões propositalmente, lutaremos até o fim", disse o porta-voz do ministério, Gao Feng, em um boletim à imprensa de rotina.

"A China não quer travar uma guerra comercial, mas tampouco tem medo de uma. Se os Estados Unidos decidirem escalar as tensões propositalmente, adotaremos as contramedidas necessárias e salvaguardaremos resolutamente os interesses da China e de seu povo".

O Ministério do Comércio também emitiu um relatório sobre como os EUA se beneficiaram de anos de cooperação econômica e comercial com a China, dizendo que as alegações norte-americanas de que Pequim se aproveitou do comércio bilateral são infundadas.

"Desde que o novo governo dos EUA tomou posse, vem desconsiderando a natureza mutuamente benéfica e vantajosa da cooperação econômica e comercial China-EUA e advogando a teoria de que os Estados Unidos foram 'derrotados' pela China no comércio", disse a pasta em um relatório de pesquisa.

Depois de dizer que não houve progresso "suficiente" nas maneiras de conter a imigração quando os dois lados se encontraram na quarta-feira, Trump disse aos repórteres nesta quinta-feira que o México avançou nas conversas, mas que precisa fazer mais.

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