Manifestante em cadeira de rodas espera por inspetores da troika no Ministério do Trabalho em Atenas, na Grécia (John Kolesidis/Reuters)
Da Redação
Publicado em 17 de outubro de 2012 às 07h11.
Atenas - Os líderes da missão da troika internacional deixarão Atenas nesta quarta-feira sem ter conseguido pactuar com o governo grego uma reforma trabalhista que faz parte do programa de reformas e economia imposto ao país.
Os representantes do Fundo Monetário Internacional (FMI), do Banco Central Europeu (BCE) e da Comissão Europeia retornarão à capital grega na semana que vem para tentar definir a reforma, que conta com a oposição tanto dos sindicatos como de dois dos três partidos que apoiam o governo.
Ainda assim, tanto o governo grego como a troika reconheceram que houve avanços nos últimos dias.
'Entramos em acordo na maior parte dos temas políticos. Quanto aos demais, haverá um acordo em breve', declarou Poul Thomsen, representante do FMI, após concluir uma reunião com os ministros das Finanças e do Trabalho.
O ministro das Finanças, Yannis Stournaras, reconheceu que houve momentos de tensão com a troika, mas apontou que seus representantes estão mostrando-se abertos a negociar alternativas.
O FMI quer reduzir a indenização por demissão, rebaixar de seis para três meses o prazo para comunicar essa decisão, extinguir os aumentos salariais por antiguidade e impor uma semana trabalhista de seis dias.
São contrários a essas medidas o Ministério do Trabalho e dois dos três partidos da coalizão de governo, o centro-esquerdista Dimar e o social-democrata Pasok.
Stournaras explicou que o primeiro-ministro grego, Antonis Samaras, teve de intervir para desbloquear a situação e que nos próximos dias o Executivo 'apresentará alternativas'.
Os cortes e reformas também estão sendo combatidos com greves, como a que protagonizam hoje trabalhadores de veículos da imprensa, de hospitais públicos, farmácias e cartórios.
As grandes centrais sindicais convocaram uma greve geral para amanhã, quando deverão ser afetados o transporte público, os hospitais, os bancos, as repartições públicas e até os voos, uma vez que os controladores aéreos podem aderir à paralisação.