BCE: além disso, apenas os dois principais bancos do país requerem uma injeção de 2,3 bilhões de euros, o que equivale a 13% do PIB do país (Alex Domanski/Reuters)
Da Redação
Publicado em 27 de julho de 2012 às 17h36.
Nicósia - A "troika", formada pelo Banco Central Europeu (BCE), a Comissão Europeia e o Fundo Monetário Internacional (FMI), concluiu nesta sexta-feira em Nicósia a segunda rodada de contatos com as autoridades do Chipre para negociar o programa de assistência financeira externa.
Sem ter estipulado ainda o montante do resgate, as negociações continuarão nas próximas semanas, afirmou à imprensa o porta-voz do governo do Chipre, Stéfanos Stefanu, ao término de uma reunião entre a delegação cipriota e os analistas da "troika" que durou quatro horas.
"Na primeira parte da reunião foi debatido o sistema bancário cipriota e a questão da recapitalização dos bancos", detalhou Stefanu.
A segunda parte, segundo o porta-voz, foi dedicada às finanças públicas e "aos riscos enfrentados pela economia cipriota devido à grande exposição dos bancos cipriotas à economia grega".
Em relação às posturas do governo cipriota, Stefanu explicou que "se movimentam baseados em três parâmetros: o apoio à coesão social, o ulterior apoio do crescimento e a continuação da política do Chipre para sanear a economia local".
O porta-voz ressaltou que estes são pontos fundamentais para que a ilha não enfrente duras medidas de austeridade. "A austeridade não leva à saída da crise", opinou.
Nicósia teme que as condições macroeconômicas que acompanharão as ajudas internacionais possam aumentar ainda mais a recessão no país, cujo Produto Interno Bruto (PIB) se contrairá 1,1% este ano%, segundo o Banco Central.
O Chipre solicitou ajuda econômica externa no último dia 25 de junho e se tornou assim o quinto país da zona do euro a pedir um resgate.
Por enquanto se desconhece a dimensão dessa ajuda. A agência de qualificação Standard & Poor"s estima que esta pode ascender até os 15 bilhões de euros, equivalente a 83% do PIB da ilha.
O único dado concreto antecipado pelo governo cipriota são os estimados 4,5 bilhões de euros que necessita para refinanciar os empréstimos do Estado.
Apenas o setor bancário cipriota, exposto como poucos na Europa à dívida da Grécia, precisará de até 6 bilhões de euros, calculam os analistas.
Além disso, apenas os dois principais bancos do país requerem uma injeção de 2,3 bilhões de euros, o que equivale a 13% do PIB do país.