Loja da TIM: "a tendência é ficarem só três empresas", disse sindicalista (Marc Hill/Bloomberg)
Da Redação
Publicado em 18 de dezembro de 2014 às 22h34.
Rio de Janeiro - Os empregados do setor de telecomunicações terão um 2015 difícil, dada a previsão de redução no número de operadoras com a eventual compra ou fusão envolvendo a TIM Participações, segundo o sindicato dos trabalhadores do setor.
"A tendência é ficarem só três empresas", disse o presidente da Federação Nacional dos Trabalhadores de Empresas de Telecomunicações (Fenattel), Almir Munhoz. "Vemos o setor com muita dificuldade", acrescentou, citando o ritmo fraco da economia e a consolidação desse mercado, que emprega mais de 1 milhão de pessoas no país, incluindo funcionários de empresas de call center. O sindicalista disse já ter se reunido com presidentes da Oi e da TIM para discutir a situação dos trabalhadores. Segundo ele, não houve nenhuma indicação concreta dos executivos.
De acordo com Munhoz, em caso de fusão, seriam mais afetados os grandes centros urbanos, que empregam a maior parte dos trabalhadores. Claro, Oi e Vivo empregam diretamente em média 30 mil pessoas cada uma, disse o sindicalista. A TIM, embora seja a segunda maior em telefonia celular, tem menos de 10 mil funcionários, por ter uma menor operação no negócio fixo.
"A TIM está em vários Estados, mas a grande concentração é em São Paulo e Rio de Janeiro", disse. Munhoz disse que em 2014 já foi mais difícil na negociação com as companhias para reajustes salariais, com aumento real de 1 por cento. "Esperamos no ano que vem melhorar o patamar da participação nos lucros", disse.
A previsão do sindicato é que não haverá contratações no setor em 2015. No caso de fusão entre TIM e Oi, a previsão é que haja demissões principalmente em cargos sobrepostos, como posições administrativas. "Isso aconteceu todas as vezes que houve fusões", disse. Nas áreas técnicas, como de redes e call center, o sindicalista prevê menos sobreposições.
Procuradas, Oi e TIM não comentaram o assunto de pronto.
Segundo Munhoz, no caso da recente aquisição da GVT pela Telefónica, a situação é diferente. Há pouca sobreposição de funções, mas a operadora de banda larga tem em casa diversas operações que na Vivo são terceirizadas, como de teleatendimento e de rede. "Esses dois setores são terceirizados na Vivo, então, é provável que esses trabalhadores da GVT sejam terceirizados. Mas não dá para saber nem quando nem quantos." Procurada, a Telefônica Brasil não comentou sobre o tema.