Economia

Tombini espera ligeira melhora econômica na 2ª metade do ano

O presidente do BC admitiu que a economia terá um desempenho fraco no primeiro semestre


	Alexandre Tombini: a expectativa, afirmou ele, é de que haja expansão da agricultura
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Alexandre Tombini: a expectativa, afirmou ele, é de que haja expansão da agricultura (Abr)

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Da Redação

Publicado em 24 de março de 2015 às 13h03.

Brasília - O presidente do Banco Central, Alexandre Tombini, reconheceu nesta terça-feira, 24, que a economia brasileira terá um desempenho fraco no primeiro semestre e uma "ligeira" melhora na segunda metade do ano.

Para 2016, Tombini previu um desempenho mais favorável.

Em audiência na Comissão de Assuntos Econômicos (CAE) do Senado Federal, Tombini afirmou que essa trajetória caracteriza o período recente de transição pela qual passa a economia brasileira.

"A economia brasileira passa por um ajuste importante e necessário. O ano de 2015 será de transição e construção de bases mais sólidas para crescimento econômico e sustentável", afirmou Tombini.

Segundo ele, essa transição se reflete no ritmo de atividade econômica esperado pelos agentes econômicos.

A expectativa, afirmou ele, é de que haja expansão da agricultura.

Já o setor de serviços faz expandir de forma moderada e haverá retração do setor industrial.

O BC, informou Tombini, também espera demanda e créditos moderados. Segundo ele, os investimentos vão se retrair ao longo de 2015 "influenciado por eventos não econômicos", numa referência ao impacto da operação Lava Jato.

O presidente do BC previu um crescimento de 3,5% da safra de grãos. Ele comentou ainda que desempenho da indústria não será homogêneo.

Em relação ao mercado de crédito, o presidente do BC avaliou que se observa gradual desaceleração do crédito - tendência que deve ser mantida.

Ele também comentou que o Sistema Financeiro Nacional é sólido e que o balanço de pagamento do Pais com o exterior é equilibrado e vem sendo majoritariamente financiado por Investimentos Estrangeiros Diretos (IED).

Para 2015, a expectativa disse ele é de redução do déficit em conta corrente do balanço de pagamentos.

A balança comercial deve voltar a apresentar superávit primário.

"Vislumbro o comportamento do balanço de pagamentos dentro do padrão", afirmou.

Tombini avaliou ainda que a desvalorização do real frente ao dólar "milita" favoravelmente para redução do déficit em conta corrente.

Ajuste fiscal

O presidente do BC disse ainda, após ser questionado por parlamentares da oposição, que "quanto mais ajuste do lado fiscal, tanto mais fácil é o trabalho da autoridade monetária".

Tombini argumentou que as pressões inflacionárias ficaram mais contundentes a partir da virada de 2012 para 2013, quando o BC implantou o atual processo de ajuste das condições monetárias.

"Quando começamos a subir os juros em abril de 2013, isso praticamente coincidiu com o processo de normalização das condições monetárias nos Estados Unidos. Foi a primeira vez na nossa história recente que o aperto monetário ocorreu concomitantemente com uma desvalorização cambial. Dessa vez foi com vento de proa", afirmou.

"O BC tem total tranquilidade em relação às suas políticas", enfatizou.

Ele relatou que os preços administrados subiram apenas em torno de 1% em 2013 e tiveram uma alta superior a 5% no ano passado para dizer que esses preços já vem passando por um processo de realinhamento desde 2014.

"Em 2015 há uma concentração no começo do ano. Os preços administrados já estão subindo quase 10% no acumulado em 12 meses. E trabalhamos para evitar que esses efeitos se espalhem pela economia. Nosso foco é trabalhar para evitar efeitos secundários e levar inflação à meta em 2016", acrescentou.

O presidente do BC citou ainda que, apesar de o mercado já ter elevado sua expectativa de inflação em 2015 para 8,12% - com alta 1,56 ponto porcentual nessa estimativa desde início do ano - as previsões dos agentes para 2016, 2017 e 2018 caíram.

"Para 2019 a estimativa do mercado já está abaixo de 5%. Hoje em dia o governo se financia ao longo de uma curva de dez anos. Se nós conseguirmos manter as inflações de médio e longo prazo sob controle, conseguiremos melhorar as condições de financiamento do governo", alegou.

"Há progresso no controle da inflação", frisou.

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