Economia

Tombini diz que taxa atual da Selic é "de passagem"

Segundo presidente do Banco Central, a taxa básica da juros, agora em 14,25% ao ano, é "de passagem" e será reduzida quando as expectativas de inflação cederem


	Alexandre Tombini disse que a atuação do BC é para assegurar a estabilidade financeira e reduzir as fortes oscilações no mercado
 (Joedson Alves/Reuters)

Alexandre Tombini disse que a atuação do BC é para assegurar a estabilidade financeira e reduzir as fortes oscilações no mercado (Joedson Alves/Reuters)

DR

Da Redação

Publicado em 15 de setembro de 2015 às 15h47.

Brasília - O presidente do Banco Central (BC), Alexandre Tombini, disse hoje (15) em audiência pública no Senado, que a taxa básica de juros, a Selic, em 14,25% ao ano, é “de passagem” e será reduzida quando as expectativas de inflação cederem.

Para tentar trazer a inflação para a meta, o BC elevou a Selic por sete vezes seguidas. Depois do ciclo de alta, na reunião do Comitê de Política Monetária (Copom), no ínicio do mês, a Selic foi mantida em 14,25% ao ano.

Ao reajustar a taxa para cima, o BC contém o excesso de demanda que pressiona os preços, porque os juros mais altos encarecem o crédito e estimulam a poupança.

Ao manter a Selic, o BC indica que ajustes anteriores foram suficientes para produzir os efeitos esperados na economia. O BC diz que os efeitos de elevação da Selic se acumulam e levam tempo para aparecer.

A meta de inflação é 4,5%, com limite superior em 6,5%. O Banco Central já admitiu que a inflação vai estourar a meta este ano, ficando em torno de 9%, e promete atingir a meta (4,5%) em 2016. Para Tombini, a inflação em 12 meses inciará o próximo ano em forte queda.

De acordo com Tombini, o objetivo do BC é evitar uma segunda rodada de aumento de preços, atingindo 2016. Segundo ele, se o ponto de convergência da inflação fosse este ano, a política de elevação da Selic seria “extremamente agressiva”.

Sobre o câmbio, Tombini disse que a atuação do BC é para assegurar a estabilidade financeira e reduzir as fortes oscilações no mercado. “Não temos qualquer objetivo em relação à taxa em si”, acrescentou.

O BC tem feito leilões de swap cambial, operação equivalente à venda de dólares no mercado futuro e, recentemente com a forte alta da moeda americana, vendeu dólares com compromisso de recompra.

Durante a audiência, cerca de 20 servidores do BC fizeram uma manifestação, levantando cartazes. Eles querem a contratação de concursados aprovados, alinhamento dos salários de procuradores (carreira jurídica) com de analistas (nível superior) e que os técnicos voltem a receber 50% do salário de analistas.

Tombini disse que é fundamental a harmonia entre as carreiras na instituição. Ele também disse que o banco é “uma instituição enxuta”.

“Está sempre na minha preocupação termos funcionários à disposição do banco”. Ele acrescentou que está trabalhando para o suprimento de pessoal.

Acompanhe tudo sobre:Alexandre TombiniBanco Centraleconomia-brasileiraEconomistasEstatísticasIndicadores econômicosMercado financeiroPersonalidadesSelicTaxas

Mais de Economia

BNDES vai repassar R$ 25 bilhões ao Tesouro para contribuir com meta fiscal

Eleição de Trump elevou custo financeiro para países emergentes, afirma Galípolo

Estímulo da China impulsiona consumo doméstico antes do 'choque tarifário' prometido por Trump

'Quanto mais demorar o ajuste fiscal, maior é o choque', diz Campos Neto