Alexandre Tombini falando no CAE: para enfrentar esse cenário, Tombini lembrou que estão sendo gerados postos de trabalho e que a renda está em expansão (Ueslei Marcelino/Reuters)
Da Redação
Publicado em 17 de agosto de 2012 às 15h39.
São Paulo - O presidente do Banco Central, Alexandre Tombini, afirmou nesta sexta-feira que o crescimento da economia vai acelerar nos próximos trimestres, com preços sob controle.
Ele afirmou, no entanto, que o BC aguarda informações adicionais para fazer uma avaliação mais precisa da intensidade e duração do choque da oferta sobre os preços, sobretudo no setor de alimentos.
Em julho, o Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) acelerou para 0,43 % devido a problemas climáticos que pressionaram os preços dos alimentos "in natura".
Por isso, o mercado elevou pela quinta vez seguida a projeção para a inflação neste ano, para 5,11 %. O governo tem como centro da meta, medida pelo IPCA, 4,5 %, com tolerância de dois pontos percentuais para cima ou para baixo.
Tombini disse ainda que as medidas de estímulo ainda não se materializaram plenamente na atividade. "Mas a economia já vem parcialmente respondendo a eles, e essa resposta tende a se aprofundar", completou.
O presidente do BC afirmou também que a autoridade monetária está atenta à sustentabilidade do crescimento do mercado de crédito no Brasil.
"O BC (...) não hesitará em adotar medidas necessárias quando identificar qualquer tipo de risco à estabilidade do sistema financeiro e da própria economia", acrescentou.
Tombini avaliou que, apesar disso, há espaço para o crédito continuar crescendo.
"Esse novo ambiente de taxas de juros em patamares mais baixos, de redução dos spreads e de competição no âmbito do sistema financeiro, ao mesmo tempo em que abre novas oportunidades, exigirá também atenção redobrada, não só dos agentes do mercado financeiro, mas também das empresas que dependem do crédito para a realização de seus negócios." O presidente do BC citou como argumento para a expansão do mercado de crédito o nível reduzido do endividamento familiar e a queda na inadimplência. "O endividamento das famílias brasileiras não é elevado quando comparado com o de outras economias, e as dívidas são mais de curto prazo, o que facilita uma rápida recomposição dos balanços", comentou.
Para enfrentar esse cenário, Tombini lembrou que estão sendo gerados postos de trabalho e que a renda está em expansão. "(Isso) aumenta a capacidade de tomar crédito com segurança." O presidente do BC disse ainda que o calote nos financiamentos de automóveis vai se normalizar.