Alckmin defende redução do ICMS sobre a cesta básica e reforça postura de cooperação do Brasil em relação às tarifas dos EUA (Leandro Fonseca/Exame)
Redatora
Publicado em 10 de março de 2025 às 09h49.
Última atualização em 10 de março de 2025 às 11h52.
O vice-presidente e ministro do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços, Geraldo Alckmin, afirmou nesta segunda-feira, 10, que a redução de impostos deve ser comemorada e reforçou o pedido para que os estados diminuam o ICMS sobre produtos da cesta básica. "Toda diminuição de imposto deve ser comemorada", disse em uma entrevista à radio CBN.
Alckmin elogiou a decisão do Piauí de zerar o imposto da cesta básica e o movimento de Bahia e Ceará, que avaliam seguir a mesma medida. "Quem ganha é a sociedade e o consumidor", disse o vice-presidente.
Ele mencionou que as medidas do governo federal para baratar o preço dos alimentos não terão efeitos imediatos nas prateleiras dos supermercados, mas que o custo da comida preocupa o governo.
Alckmin enfatizou que a alta nos preços foi motivada por conta do clima, que reduziu a produção brasileira. A cotação do dólar, que bateu R$ 6,20 no final de 2024 também teve um peso. A tendência agora é de que haja queda nos preços dos alimentos, porque a cotação do dólar caiu e o Brasil tem previsão de safra recorde para este ano.
Sobre a decisão do governo dos Estados Unidos de elevar para 25% as tarifas sobre aço e alumínio brasileiros, Alckmin minimizou o impacto da medida e destacou a postura do Brasil de cooperação. "A alíquota de importação não foi só para o Brasil, foi para o mundo todo", afirmou.
O vice-presidente disse que há espaço para negociação e que o Brasil buscará "um bom entendimento" com os americanos. Segundo ele, o país acredita no multilateralismo e no livre comércio.
Alckmin também mencionou conversas recentes com o secretário de Comércio dos EUA, Howard Lutnick, e defendeu que as relações comerciais internacionais devem ser "ganha-ganha", sem prejudicar nenhum dos lados.
Na entrevista, o vice-presidente reforçou a importância de dobrar o número de Cisb (Centros de Inovação e Sustentabilidade para a Indústria Brasileira) como estratégia para aumentar a competitividade do setor produtivo no Brasil.
Alckmin vem defendendo que o país precisa modernizar a indústria e reduzir custos para se tornar mais competitivo no cenário global.