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The Economist critica 'Estado forte' defendido por Lula

Londres - A revista The Economist critica a postura do governo Lula ao afirmar que o País está "se apaixonando novamente pelo Estado". Na edição que chega às bancas nesta semana, a publicação britânica questiona se o Brasil está aprendendo as lições erradas da recuperação econômica, diante do papel mais forte assumido por empresas estatais […]

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Da Redação

Publicado em 10 de outubro de 2010 às 03h45.

Londres - A revista The Economist critica a postura do governo Lula ao afirmar que o País está "se apaixonando novamente pelo Estado". Na edição que chega às bancas nesta semana, a publicação britânica questiona se o Brasil está aprendendo as lições erradas da recuperação econômica, diante do papel mais forte assumido por empresas estatais após a crise.

A revista destaca declarações da presidenciável Dilma Rousseff sobre o desempenho de instituições como o Banco do Brasil, Caixa Econômica Federal e BNDES após a quebra do banco de investimentos norte-americano Lehman Brothers, que impediu um mergulho da economia brasileira. A publicação reconhece que o País reagiu rápido e a breve recessão de 2009 foi como um "pulo no trampolim", já que a previsão é de crescimento de 6% neste ano.

Para a The Economist, as afirmações de Dilma podem ser vistas como retórica pré-eleitoral, para ganhar votos de membros do Partido dos Trabalhadores. "Durante muito tempo, o PT acreditou em um socialismo fora de moda. Foi somente depois de seu fundador, Luiz Inácio Lula da Silva, ter descartado isso que ele foi eleito presidente, após a quarta tentativa, em 2002", diz a publicação.

Apesar do discurso de Dilma, a revista não acredita em mudanças no atual balanço entre os setores público e privado no Brasil, já que o Estado não tem recursos suficientes para construir estradas, rodovias e aeroportos. "Mas há muita evidência de que Lula, que muitos esperam que continue no poder atrás do trono se Rousseff ganhar, agora acredita que um maior papel para o Estado pode ser bom para o Brasil", escreve.

Conforme a The Economist, Lula criou oito novas estatais, lançou recentemente uma proposta para reviver a Telebrás, "o defunto do monopólio estatal de telecomunicações", e anunciou que a Eletrobras deve ser ampliada para se tornar a "Petrobras do setor elétrico". Além disso, a Petrobras ampliou a presença na petroquímica Braskem e o BNDES e fundos de pensão de estatais aumentaram as participações em diversas empresas privadas.

A revista reconhece que foi útil o papel de instituições como o Banco do Brasil quando o crédito secou, no fim de 2008. Mas avalia que os bancos privados também passaram bem pela crise, sem a necessidade de resgate pelo governo.

Para a publicação, a pressão para reinventar estatais "também ignora o sucesso da privatização". A Petrobras só se tornou líder em exploração em alto-mar depois que dois quintos (2/5) de suas ações foram listadas em Bolsa, acredita a The Economist. Além disso, avalia, a Vale passou de um conglomerado de tamanho médio para uma das maiores mineradoras do mundo após a sua venda para o setor privado.

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