Mansueto: para ele, alguns críticos estão com visão equivocada da reforma (Marcelo Camargo/Agência Brasil)
Estadão Conteúdo
Publicado em 5 de maio de 2017 às 10h49.
São Paulo - O secretário de Acompanhamento Econômico do Ministério da Fazenda, Mansueto Almeida, afirmou nesta quinta-feira, 4, que discorda de quem diz que o novo texto da reforma da Previdência vai obrigar o próximo governo a fazer uma nova reforma.
Para ele, o parecer do relator da proposta, Arthur Oliveira Maia (PPS-BA), aprovado pela comissão especial da Câmara, ainda representa uma "reforma dura".
O secretário argumentou que quem afirma que uma nova reforma será necessária em 2 ou 3 anos está levando em conta que a redução do déficit é o principal objetivo, sendo que, segundo ele, a intenção maior é atacar a trajetória de elevação dos gastos com a Previdência.
"O déficit é apenas algo que torna a reforma mais urgente, mas não se trata de uma reforma que busca o equilíbrio de curto prazo", disse, na saída de evento em São Paulo.
Em seguida, Mansueto ressaltou que o objetivo principal da reforma é buscar uma estabilidade do gasto ao longo do tempo, garantindo que o governo tenha recursos para pagar as aposentadorias "daqui 4, 5, 8, 10, 20, 30 anos".
"Você pega as projeções de envelhecimento e vê que é quase contínuo o crescimento do gasto até 2060", declarou.
Ao defender que a reforma apresentada pelo relator ainda é positiva, o secretário destacou que o novo texto vai manter uma economia de 76% em relação ao que foi estimado inicialmente pelo governo, nível que Mansueto considera satisfatório.
Quanto ao déficit, o secretário disse que o que vai colaborar para a sua redução é o aumento da arrecadação, que, por sua vez, depende da recuperação da atividade econômica.