Economia

Tesouro prevê reduzir fatia de LFT na dívida para 15% em 201

No final de 2011, as LFTs representavam 30,5% da composição da dívida; meta era terminar este ano entre 22 por cento e 26 por cento


	Meta do Tesouro era terminar este ano entre 22%e 26%, mas deve fechar ano em 15%
 (Getty Images)

Meta do Tesouro era terminar este ano entre 22%e 26%, mas deve fechar ano em 15% (Getty Images)

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Da Redação

Publicado em 17 de dezembro de 2012 às 11h07.

O Tesouro Nacional prevê que a participação das Letras Financeiras do Tesouro, títulos pós- fixados atrelados à taxa básica Selic, no total da dívida pública caia para 15 por cento em 2013, após terminar este ano no piso da faixa estimada.

“Há uma grande quantidade de LFTs vencendo em 2013, o que ajudará a reduzir o peso”, disse Paulo Valle, subsecretário do Tesouro, em entrevista por telefone de Brasília. “A redução da fatia em 2012 confirmou o nosso cenário mais otimista.”

Ao final de 2011, as LFTs representavam 30,5 por cento da composição da dívida. A meta do Tesouro era terminar este ano entre 22 por cento e 26 por cento. O novo objetivo para a redução em 2013 vai constar do Plano Anual de Financiamento, previsto para ser divulgado no final de janeiro, segundo Valle.

A LFT é considerada uma herança da época em que o Brasil convivia com altas taxas de inflação. A remuneração do papel flutua diariamente de acordo com as alterações na taxa de juros Selic promovidas pelo Banco Central. Esses títulos trazem imprevisibilidade para a programação financeira do Tesouro, que tem se esforçado para ampliar a fatia de títulos prefixados e indexados à inflação na composição da dívida.

Folga no caixa

O Tesouro entra 2013 também com folga no caixa para honrar os vencimentos do primeiro mês do ano. Segundo dados de Valle, com base em valores do final de novembro, cerca de R$ 120 bilhões de títulos prefixados -- as Letras do Tesouro Nacional e as Notas do Tesouro Nacional - série F -- vencem em janeiro.

“Mantemos um caixa para honrar o equivalente a seis meses de obrigações, cerca de R$ 200 bilhões”, disse Vale.

Com essa folga, o Tesouro tem uma proteção para rolar sua dívida e não precisa acatar pedidos de investidores por prêmios mais elevados em eventuais momentos de nervosismo, disse o subsecretário.

O Tesouro já está fazendo frente à dívida que está vencendo neste mês de dezembro. Neste mês, o Tesouro ofertou R$ 30 bilhões de títulos em seus leilões primários, enquanto o vencimento do mês equivalia a apenas R$ 286 milhões. A quantidade de títulos que serão vendidos em janeiro será divulgada em 21 de dezembro, com o anúncio do cronograma do mês.

A pesquisa Focus divulgada hoje indica que as expectativas do mercado são de que a Selic termine 2013 em 7,25 por cento, mesmo nível atual. Em agosto de 2011, com a taxa em 12,50 por cento, o BC iniciou uma sequência que foi até outubro deste ano de 10 cortes consecutivos.

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