O Tesouro avaliou que é necessário manter os esforços para a consolidação fiscal nos próximos anos (Pixabay/Reprodução)
Estadão Conteúdo
Publicado em 26 de junho de 2019 às 15h41.
Brasília — O Tesouro Nacional apresentou nesta quarta-feira, 26, projeções para a evolução da Dívida Bruta do Governo Geral (DBGG), cujo cenário aponta para um pico ainda no governo de Jair Bolsonaro, chegando a 82,2% do Produto Interno Bruto (PIB) em 2022.
A projeção para a DBGG ao fim de 2019 é de 80,0%. Após o pico no último ano do atual governo, a projeção do Tesouro é de inversão na trajetória de alta da dívida bruta, chegando a 71,6% do PIB em 2028.
Segundo o Tesouro, esse cenário base considera a manutenção do teto de gastos e a geração de superávits primários a partir de 2023.
Ainda segundo o Tesouro, sem as devoluções antecipadas de recursos pelo BNDES, a projeção para a dívida bruta no fim de 2028 seria 9,5 pontos porcentuais maior, ainda em 81,0% do PIB. Essa diferença se deve aos impactos diretos da devolução e à economia com juros.
"Ainda que as medidas (do BNDES) tenham deslocado a trajetória para baixo, a dinâmica do endividamento depende fundamentalmente das medidas de esforço fiscal", completou o Tesouro.
O Tesouro Nacional revisou a projeção de margem para o cumprimento da regra de ouro em 2019, de uma insuficiência de R$ 146,7 bilhões para uma folga de R$ 1,8 bilhão.
No começo de junho, o Congresso Nacional aprovou, com apoio unânime de deputados e senadores, uma autorização especial para que o governo possa pagar R$ 248,9 bilhões em benefícios sociais com dinheiro obtido com empréstimos. O crédito suplementar era a principal medida proposta pelo governo para garantir o cumprimento da regra de ouro neste ano.
"É necessário manter os esforços para a consolidação fiscal, pois a regra de ouro seguirá como desafio para os próximos anos", avaliou o Tesouro.