Governo Temer: segundo o comunicado do Tesouro, a emissão será liderada pelos bancos Deutsche Bank, HSBC e Goldman Sachs (Adriano Machado/Reuters)
Da Redação
Publicado em 21 de julho de 2016 às 10h42.
Brasília/São Paulo - O Tesouro Nacional informou nesta quinta-feira que está fazendo nova captação externa, com o lançamento do Global 2047, denominado em dólares, com vencimento em 21 de fevereiro de 2047, na primeira operação do tipo sob o governo do presidente interino Michel Temer.
De acordo com uma fonte com envolvimento na transação, o governo brasileiro está oferecendo aos investidores um rendimento pouco acima de 6 por cento pelo Global 2047.
Segundo o comunicado do Tesouro, a emissão será liderada pelos bancos Deutsche Bank, HSBC e Goldman Sachs. O título será emitido no mercado global e o resultado será divulgado ao final desta quinta-feira.
Esta é a segunda vez no ano em que o governo acessa o mercado externo, após investida em março, ainda sob o governo da presidente afastada Dilma Rousseff.
Na investida anterior, o Brasil emitiu 1,5 bilhão de dólares em bônus de 10 anos, com rendimento de 6,125 por cento, na primeira captação externa após o país ter perdido seu grau de investimento pelas principais agências de classificação de risco.
Técnicos do Tesouro já vinham pontuando que uma nova emissão seria possivelmente feita neste ano, não por necessidade de caixa, mas para prover referência de preço ao mercado.
Segundo uma fonte do Ministério da Fazenda com conhecimento direto do assunto, a emissão de agora vem na esteira de uma melhora "muito profunda" do mercado em relação ao fim do ano passado.
"O Global 45, antiga referência (de bônus de 30 anos), estava sendo transacionado em 22 de dezembro com rendimento de 8,706 por cento ao ano. Este mesmo título está sendo transacionado a 5,643 por cento ao ano neste exato momento. Isso dá uma dimensão do quanto o momento para captação no Brasil melhorou muito, em particular neste último mês", disse.
Entre os motivos para tanto, ele apontou a presença de menos incertezas sobre o ajuste no curtíssimo prazo na política monetária nos Estados Unidos e uma boa vontade dos investidores com o Brasil diante das expectativas de melhor controle das contas públicas sob a gestão Temer.
Texto atualizado às 10h41