Temer: "Não compromete de forma alguma, a meta do ano que vem será cumprida", diz Ana Paula Vescovi (Ueslei Marcelino/Reuters)
Estadão Conteúdo
Publicado em 8 de dezembro de 2017 às 16h12.
São Paulo - Os esforços do governo federal para garantir a aprovação da reforma da Previdência ainda em 2017, com liberação de recursos para cidades e emendas para parlamentares, não deverá comprometer a meta fiscal de 2018, afirmou a secretária do Tesouro Nacional, Ana Paula Vescovi.
"Não compromete de forma alguma, a meta do ano que vem será cumprida. Temos condições de organizar este processo. O mais importante é que tenhamos uma discussão sólida sobre a necessidade da reforma da Previdência", disse a jornalistas após participar de evento sobre o papel do Estado.
Mesmo com as liberações de verbas, as discussões no Congresso Nacional em torno da proposta final ainda seguem ocorrendo, lembrou Ana Paula. "As informações que temos são de que a proposta nos garante economia de 60% da original."
A desconfiança do mercado nas últimas semanas em relação ao avanço da pauta, verificada especialmente na Bolsa e na taxa de câmbio, não preocupa o governo, disse. "Embora a reforma observe o longo prazo e as próximas décadas, temos condições de colher de imediato os benefícios, pelos ganhos de confiança que ela oferece com a condução responsável da política fiscal no Brasil", explicou.
Ponto central na comunicação do governo para defender a reformulação das regras previdenciárias, Ana Paula negou que a reforma esteja mantendo privilégios de setores do serviço público, em detrimento aos trabalhadores do setor privado. "A reforma está, sim, focando no serviço público, na redução dos privilégios que já existem. Nós, servidores públicos, temos o compromisso de levar à frente este debate e pensar mais na coletividade", disse. "Precisamos igualar benefícios e reduzir privilégios para conseguir uma sociedade mais igual", afirmou a secretária do Tesouro.
O objetivo da reforma e do ajuste fiscal como um todo, disse, é tornar a sociedade brasileira menos desigual. "Temos diversos privilégios no serviço público, mas também desvios de finalidade nos programas de assistência social, às vezes os recursos não chegam àqueles que realmente precisam", apontou. "Temos que rever o foco do Estado nas políticas públicas que consigam reverter o problema da desigualdade social."
O empenho do governo em explicar a importância da reforma da Previdência é reflexo da urgência da aprovação da proposta. "Temos feito um esforço para sinalizar que a janela favorável à aprovação da reforma começa a se fechar", declarou.