Economia

Tesouro e BC atuam juntos para reduzir volatilidade

Segundo fonte do Tesouro, órgãos estão atuando de maneira coordenada pelas incertezas vindas do mercado internacional com o câmbio e o juros

Notas de R$ 50 na Casa da Moeda: Banco Central e Tesouro querem reduzir a pressão por hedge (proteção) no mercado de títulos (Dado Galdieri/Bloomberg)

Notas de R$ 50 na Casa da Moeda: Banco Central e Tesouro querem reduzir a pressão por hedge (proteção) no mercado de títulos (Dado Galdieri/Bloomberg)

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Da Redação

Publicado em 19 de agosto de 2013 às 20h13.

Brasília - O Tesouro Nacional e o Banco Central estão atuando de maneira coordenada para reduzir a volatilidade nos mercados de câmbio e de juros, causada pelas incertezas vindas do mercado internacional, afirmou uma fonte do Tesouro nesta segunda-feira.

Segundo a fonte, o Tesouro fará quantos leilões extraordinários de compra de títulos forem necessários para estancar a volatilidade nas taxas dos papéis da dívida brasileira.

"O mercado ainda está volátil, fechou pressionado e achamos que são necessários novos leilões de recompra", comentou a fonte, sob condição de anonimato.

A divisa norte-americana encerrou a segunda-feira na sexta elevação consecutiva ante o real, avançando quase 1 por cento e encostando em 2,42 reais por dólar.

Com a instabilidade persistente, o Tesouro fará novos leilões de recompra de Letras do Tesouro Nacional (LTN) e de Notas do Tesouro Nacional série (NTN-F) na terça-feira.

A decisão foi tomada após análise do resultado do leilão extraordinário de recompra de LTN e de NTN-F neste segunda-feira. Nessa operação, foram comprados 2 milhões de LTN (vencimentos em julho de 2016) e 150 mil NTN-F para janeiro de 2018 e de 2019.

O objetivo dessas operações, explicou a fonte, é reduzir a pressão por hedge (proteção) no mercado de títulos.

O dólar maior aumentou a demanda por hedge no mercado de papéis da dívida brasileira, levando os detentores desses títulos a contratar derivativos lastreados em juros.

Ao fazer as recompras, o Tesouro tenta estimular o desmonte das operações de hedge, em um esforço de conter a pressão sobre o mercado de juros.

Nesta segunda-feira, o dólar marcou a sexta alta seguida ante o real, encostando em 2,42 reais na venda, apesar da forte atuação do BC, com a realização de leilões de swap cambial tradicional e anúncio de mais ações para a terça-feira, com leilão de linha.

Nesta noite, o presidente do BC, Alexandre Tombini, afirmou por meio de nota que poderá haver "perdas" a aqueles que "apostam em movimentos unidirecionais da moeda", reafirmando que a autoridade monetária continuará ofertando proteção e, se necessário, dar liquidez aos mercados.

Além disso, Tombini também afirmou que "a adequada condução da política monetária" contribui para aliviar os riscos para a inflação, referindo-se também ao câmbio, mas avaliou que os "movimentos recentemente observados nas taxas de juros de mercado incorporam prêmios excessivos".

Nos mercado de juros futuros nesta segunda-feira, as taxas tiveram novamente um dia de fortes altas, pressionadas pela forte valorização do dólar ante o real e passando a dividir o mercado sobre os próximos passos do BC na condução da política monetária, com parte dos investidores acreditando em alta mais acentuada na Selic já na próxima semana.

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