Dívida pública: em agosto 2018, haverá vencimento de R$ 78 bilhões em títulos da dívida (Luciano Marques/Thinkstock)
Estadão Conteúdo
Publicado em 29 de junho de 2018 às 17h18.
Brasília - O Tesouro Nacional vai continuar com atuações extraordinárias no mercado na semana de 2 a 6 de julho. O cronograma foi anunciado nesta sexta-feira, 29, pelo coordenador-geral de Operações da Dívida Pública, Luis Felipe Vital. Segundo ele, o cenário será reavaliado semana a semana para decidir se o Tesouro deverá aumentar ou diminuir a intensidade de suas atuações. "É difícil traçar uma estratégia para o mês inteiro", disse.
Pelo cronograma, o leilão tradicional de NTN-Fs não será realizado na semana que vem. Já o leilão tradicional de LFTs programado para quinta-feira, 5, está mantido.
O leilão tradicional de LTNs, também programado para quinta-feira, será mantido caso as condições de mercado sejam propícias. "Havendo condições do mercado, leilão de LTN pode ser de lotes menores", disse Vital.
Segundo o técnico, a preferência do Tesouro Nacional tem sido por títulos mais curtos, já que os papéis de prazo mais longo têm "neste momento" um prêmio de risco embutido muito alto, elevando o custo para o Tesouro.
Já as atuações extraordinárias ocorrerão na terça-feira, 3, e na quarta-feira, 4. Na terça-feira, haverá leilão extraordinário de compra e venda de NTN-Bs. Na quarta-feira, o leilão extraordinário será de NTN-Fs, também de compra e venda.
Vital ressaltou que a volatilidade que tem sido observada vem muito mais do mercado externo do que perfil de maturação da dívida interna.
Em agosto 2018, haverá vencimento de R$ 78 bilhões em títulos da dívida, sendo a maior parte de NTN-Bs. Mas esse vencimento não deve trazer grandes oscilações, ressaltou o técnico.
O Tesouro Nacional já consumiu aproximadamente R$ 20 bilhões do colchão da dívida em suas atuações extraordinárias no mercado, disse Vital. Antes do início das intervenções, esse colchão estava em R$ 575 bilhões.
O órgão apresentou nesta sexta um balanço de sua atuação no mercado de títulos por meio de leilões extraordinários. Essa atuação teve início em 28 de maio, primeiro só com recompra de títulos e, a partir de 7 de junho, também com venda de papéis.
Apenas em maio, o Tesouro efetuou recompra de R$ 2,089 bilhões em títulos. Em junho, houve recompra de R$ 18,561 bilhões e venda de R$ 1,541 bilhão em papéis nos leilões extraordinários. Com isso, o Tesouro já fez até agora uma recompra líquida de R$ 19,108 bilhões, a maior parte neste mês (R$ 17,019 bilhões).
O maior volume de recompra foi de NTN-Fs, até porque os primeiros leilões extraordinários incluíam apenas esse papel. Foram recomprados R$ 11,175 bilhões e vendidos R$ 636,5 milhões em todo o programa.
A partir de 18 de junho, o Tesouro começou a efetuar leilões de compra e venda de LTNs e NTN-Bs. Desde então, foram recomprados R$ 6,176 bilhões em NTN-Bs e R$ 3,299 bilhões em LTNs nesses leilões extraordinários. As vendas, por sua vez, somaram R$ 542,6 milhões (NTN-Bs) e R$ 362,7 milhões (LTNs).
Vital ressaltou que as atuações do Tesouro no mercado têm três objetivos: reduzir volatilidade, dar referência de preços e retirar risco. Ele informou que eventuais mudanças na forma de atuação do órgão dependem do diagnóstico das condições. "As condições de mercado é que determinam se haverá compra, ou compra e venda", disse.