Economia

Tensões no setor imobiliário chinês ainda representam riscos, diz FMI

Em relatório sobre o setor na Ásia-Pacífico, o organismo afirma que as condições financeiras para os incorporadores continuaram apertadas nos últimos meses

TOPSHOT - A man rests as he keeps an eye on stock price movements displayed on a screen at a securities company in Beijing on March 23, 2018.
Asian markets plunged on March 23 following a sell-off in New York as Donald Trump sparked fresh trade war fears by imposing huge tariffs on Chinese imports and Beijing unveiled its own measures against US goods. / AFP PHOTO / Nicolas ASFOURI        (Photo credit should read NICOLAS ASFOURI/AFP via Getty Images) (NICOLAS ASFOURI/Getty Images)

TOPSHOT - A man rests as he keeps an eye on stock price movements displayed on a screen at a securities company in Beijing on March 23, 2018. Asian markets plunged on March 23 following a sell-off in New York as Donald Trump sparked fresh trade war fears by imposing huge tariffs on Chinese imports and Beijing unveiled its own measures against US goods. / AFP PHOTO / Nicolas ASFOURI (Photo credit should read NICOLAS ASFOURI/AFP via Getty Images) (NICOLAS ASFOURI/Getty Images)

EC

Estadão Conteúdo

Publicado em 14 de dezembro de 2022 às 20h55.

O Fundo Monetário Internacional (FMI) avalia que as tensões não resolvidas no setor imobiliário da China ainda representam riscos significativos para a estabilidade econômica e financeira. Em relatório sobre o setor na Ásia-Pacífico, o organismo afirma que as condições financeiras para os incorporadores continuaram apertadas nos últimos meses, inclusive porque alguns compradores de casas com hipotecas garantidas contra casas ainda inacabadas ameaçaram reter os pagamentos aos bancos, destacando os riscos para as carteiras de hipotecas dos bancos.

"Fraqueza prolongada nas vendas de casas arrisca pressões deflacionárias que desafiariam os esforços para manter os preços das casas estáveis, elevando o risco de um ajuste desordenado do mercado", alerta o FMI. No entanto, um cenário de ajuste lento do mercado imobiliário também seria caro, pondera. "Os gastos relacionados à propriedade enfrentariam pressões prolongadas, as finanças do governo local permaneceriam fracas em meio a vendas de terras deprimidas e o sistema financeiro enfrentaria um excesso de risco de crédito", diz o organismo.

"Outras políticas são urgentemente necessárias para enfrentar a crise e criar uma transição ordenada para o setor. As autoridades introduziram medidas para aumentar o financiamento, reduziram as taxas de hipoteca e diminuíram as restrições de compra de residências nas cidades, mas são necessárias ações adicionais para lidar com o ciclo de feedback negativo entre o estresse do desenvolvedor e a fraca confiança do comprador", aponta o FMI.

"Uma abordagem bem-sucedida deve começar com uma ação imediata na reestruturação do desenvolvedor, apoiada por esforços liderados pelo governo central para proteger os proprietários de imóveis em pré-venda do risco de falha do desenvolvedor e fortalecer a habitação quadros de fiscalização do mercado", diz o Fundo.

Para o FMI, o apoio à política macroeconômica deve ser preparado para evitar quedas desordenadas na demanda do mercado imobiliário e facilitar a recuperação do balanço patrimonial. "Políticas estruturais de médio prazo para limitar a assunção de riscos, aumentar os veículos de poupança das famílias e melhorar a habitação a preços acessíveis também apoiarão a transformação gradual do mercado imobiliário", sugere o organismo.

Acompanhe tudo sobre:ChinaFMIMercado imobiliário

Mais de Economia

Presidente do Banco Central: fim da jornada 6x1 prejudica trabalhador e aumenta informalidade

Ministro do Trabalho defende fim da jornada 6x1 e diz que governo 'tem simpatia' pela proposta

Queda estrutural de juros depende de ‘choques positivos’ na política fiscal, afirma Campos Neto

Redução da jornada de trabalho para 4x3 pode custar R$ 115 bilhões ao ano à indústria, diz estudo