Economia

Briga entre Japão e China faz 2014 lembrar 1914, diz Roubini

No Twitter, economista diz que tensões entre China e Japão estão levando analistas a comparar 2014 com 1914, ano em que estourou a Primeira Guerra Mundial


	O economista Nouriel Roubini é conhecido pelo apelido de Dr. Desastre (Dr. Doom)
 (Simon Dawson/Bloomberg)

O economista Nouriel Roubini é conhecido pelo apelido de Dr. Desastre (Dr. Doom) (Simon Dawson/Bloomberg)

João Pedro Caleiro

João Pedro Caleiro

Publicado em 23 de janeiro de 2014 às 12h39.

São Paulo - Nouriel Roubini deu hoje novas razões para justificar seu apelido de Dr. Desastre.

De Davos, na Suíça. onde participa do Fórum Econômico Mundial, o economista americano publicou tuítes com paralelos entre 2014 e 1914, o ano de início da Primeira Guerra Mundial.

O motivo principal: a escalada de tensões entre Japão e China.

Conflito

O debate ganhou força depois que o primeiro-ministro japonês Shinzo Abe foi questionado em Davos se uma guerra entre Japão e China era "concebível".

Ele não só evitou descartar a possibilidade como comparou a tensão entre os dois países com a relação entre a Inglaterra e a Alemanha em 1914, de acordo com um artigo publicado no Financial Times pelo próprio moderador do debate.

Falando em outra reunião do Fórum, o influente acadêmico chinês Wu Xinbo, professor de estudos internacionais na Universidade de Fudan, chamou Abe de "criador de problemas" e disse que a confiança entre os dois países era baixa.

O espectro da repetição de 1914 já havia sido levantado pelo professor de Harvard e ex-secretário assistente do Ministério da Defesa americano, Joseph S. Nye, em um texto no Project Syndicate - porém com muitas ressalvas.

Paralelos

Roubini também citou como características comuns entre os dois anos a desigualdade extrema, a reação contra a globalização e o risco de eventos raros na economia:

O paralelo da "desglobalização" também já havia sido levantado por outros analistas.

Acompanhe tudo sobre:ÁsiaChinaDavosEconomistasFórum Econômico MundialJapãoNouriel RoubiniPaíses ricos

Mais de Economia

Presidente do Banco Central: fim da jornada 6x1 prejudica trabalhador e aumenta informalidade

Ministro do Trabalho defende fim da jornada 6x1 e diz que governo 'tem simpatia' pela proposta

Queda estrutural de juros depende de ‘choques positivos’ na política fiscal, afirma Campos Neto

Redução da jornada de trabalho para 4x3 pode custar R$ 115 bilhões ao ano à indústria, diz estudo