Economia

Tendência é de baixa no preço do petróleo, diz analista

Para o ex-diretor-geral da ANP e professor da PUC-Rio, David Zylbersztajn, nenhum dos conflitos em andamento oferece risco ao abastecimento de petróleo


	Petróleo: para Zylbersztajn, é baixa chance de outros países se envolverem no conflito no Iraque
 (Getty Images)

Petróleo: para Zylbersztajn, é baixa chance de outros países se envolverem no conflito no Iraque (Getty Images)

DR

Da Redação

Publicado em 11 de agosto de 2014 às 17h27.

Rio - Não há perspectiva de alta nos preços do petróleo no mercado internacional, apesar das tensões geopolíticas que envolvem países produtores da commodity.

A avaliação é do ex-diretor-geral da Agência Nacional do Petróleo (ANP) e professor da PUC-Rio, David Zylbersztajn, que vê tendência contrária, de arrefecimento de preços a curto e médio prazo, devido à oferta abundante do produto.

Nas últimas semanas, o mercado foi influenciado pelos ataques aéreos promovidos pelos EUA contra militantes do grupo Estado Islâmico no Iraque, pelas lutas armadas na Líbia, pelos conflitos entre Israel e Hamas na Faixa de Gaza, além das tensões entre Rússia e Ocidente envolvendo a crise na Ucrânia.

Ainda assim, o petróleo negociado em Nova York manteve-se abaixo de US$ 100 por barril, tendo chegado na semana passada ao menor nível em seis meses.

Para Zylbersztajn, nenhum dos conflitos em andamento oferece risco ao abastecimento de petróleo.

"A não ser que as lutas no Oriente Médio se tornem generalizadas - o que é pouco provável - nada indica que teremos aumento nos preços do petróleo."

Segundo ele, é baixa a probabilidade de outros países se envolverem no conflito no Iraque.

"O Estado Islâmico é um grupo extremista que não tem apoio de outros grupos. Não há motivos para que esse conflito se alastre."

A perspectiva para o petróleo a curto e médio prazo, afirma o ex-diretor-geral da ANP, é baixista, devido ao aumento da produção em diversas regiões do mundo, incluindo EUA, Brasil e África.

Ainda que a recuperação econômica global ganhe ritmo, acrescenta Zylbersztajn, os preços não devem ser pressionados.

"As economias estão se expandindo de forma cada vez mais eficiente. Isso significa que estão gastando menos energia na produção de riquezas."

Acompanhe tudo sobre:CommoditiesEnergiaPetróleoPreços

Mais de Economia

Presidente do Banco Central: fim da jornada 6x1 prejudica trabalhador e aumenta informalidade

Ministro do Trabalho defende fim da jornada 6x1 e diz que governo 'tem simpatia' pela proposta

Queda estrutural de juros depende de ‘choques positivos’ na política fiscal, afirma Campos Neto

Redução da jornada de trabalho para 4x3 pode custar R$ 115 bilhões ao ano à indústria, diz estudo