Trigo: lavouras consideradas "ruins" passaram para 5 por cento, de 3 por cento há uma semana (Prashanth Vishwanathanan/Bloomberg/Bloomberg)
Reuters
Publicado em 17 de julho de 2018 às 17h10.
São Paulo - A falta de chuvas em algumas áreas do Paraná já começa a prejudicar a qualidade do trigo no Estado, principal produtor brasileiro do grão, e há riscos de mais perdas dada a perspectiva de tempo seco nas próximas semanas, afirmou nesta terça-feira o Departamento de Economia Rural (Deral).
Em boletim, o órgão vinculado ao governo paranaense destacou que 75 por cento das plantações estão em qualidade "boa", contra 82 por cento na semana passada e também em igual momento de 2017. Já as lavouras consideradas "ruins" passaram para 5 por cento, de 3 por cento há uma semana.
"No Norte Pioneiro, principalmente, já tem pelo menos 35 dias sem chuvas, o que está piorando um pouco mais (a qualidade da safra)", afirmou o analista Carlos Hugo Godinho, do Deral.
"Já temos 11 por cento (da safra de trigo do Paraná) em floração e 1 por cento em enchimento de grão. Essas lavouras precisam de um pouco mais de água. Se faltar nas próximas duas semanas, com certeza o potencial produtivo será decrescido", frisou.
O Thomson Reuters Agriculture Weather Dashboard aponta precipitações abaixo do normal em todo o Paraná até 1º de agosto. No Norte Pioneiro, por exemplo, deverá chover cerca de 25 milímetros aquém do esperado para esta época do ano.
Em paralelo, as temperaturas no Estados devem ficar até 6 graus Celsius acima da média nesses próximos dias --na véspera, a Ocepar, que representa cooperativas no Paraná, já havia alertado que o tempo quente e seco pode impactar a safra de trigo deste ano.
O cenário atual contrasta com o de um ano atrás, quando fortes geadas atingiram boa parte do trigo do Paraná, reduzindo o volume de colheita.
Até agora em 2018, foram observados dois episódios de geadas, mas sem impactos para a safra de trigo.
Pela estimativa mais recente do Deral, o Paraná deve colher 3,36 milhões de toneladas de trigo em 2018, um aumento de 50 por cento na comparação com o ano passado.
O Estado teve mais de 1 milhão de hectares semeados com a cultura neste ano, e a colheita geralmente começa em agosto.