Ministro das Finanças britânico recebe o ministro da Fazenda brasileiro, Joaquim Levy, em Londres (REUTERS/Paul Hackett)
Da Redação
Publicado em 29 de outubro de 2015 às 15h53.
Londres - O ministro de Finanças, Joaquim Levy, disse nesta quinta-feira em Londres que o Brasil deve "pensar em grande estilo" para impulsionar sua economia, a fim de conseguir uma maior competitividade.
Levy está desde ontem na capital britânica, onde hoje se reuniu com o titular de Economia do país, George Osborne, dentro do primeiro Diálogo Financeiro e Econômico entre ambos os países para estreitar laços e analisar as possibilidades de investimento em projetos de infraestrutura e serviços financeiros.
Em entrevista coletiva na Embaixada do Brasil, o ministro opinou que o país deve ser ambicioso e assumir desafios para resolver seu déficit fiscal e conseguir que sua economia seja "eficiente".
O Brasil, que está em recessão, prevê um déficit primário recorde para este ano, de cerca de R$ 51,8 bilhões o equivalente a 1% do Produto Interno Bruto (PIB).
"O Brasil se encontra realmente em uma encruzilhada, com uma mudança importante no ambiente econômico, no qual é preciso trabalhar nos próximos anos", assinalou Levy.
O titular de Finanças disse que o país deve ser ambicioso e "pensar em grande estilo", assumindo "desafios", reconhecendo que existem aspectos "no curto prazo" que devem ser abordados por esse governo, como o déficit fiscal.
Nesta linha, reconheceu a necessidade de fazer "reformas estruturais" e "outras mudanças importantes".
"Nosso trabalho é preparar a economia brasileira para uma autêntica mudança, para que seja mais competitiva, para aumentar a produtividade, para poder manter os níveis de receita em aumento dos últimos anos em um ambiente diferente", observou.
Neste contexto, o político destacou a relevância de "atrair novos investidores" e "simplificar a vida das empresas", a fim de impulsionar a economia nacional.
Segundo Levy, "assim que o Brasil solucionar o problema fiscal e conseguir uma perspectiva fiscal sólida, voltará a demanda". "Veremos crescimento, expansão fiscal, assim que as dúvidas sobre o fisco se dissiparem", ressaltou.
As declarações do ministro foram feitas no mesmo dia em que foram publicados os números do desemprego no Brasil, que subiu para 8,7% da população ativa no trimestre concluído em agosto.