Economia

Temer e Xi têm o encontro certo na hora certa

A pauta oficial entre Brasil e China é discutir taxas impostas a alguns produtos, como o frango brasileiro, e estreitar os laços comerciais entre os países

China: reunião com Temer vem um dia depois de EUA e Europa selarem acordos comerciais (Mike Hutchings/Reuters)

China: reunião com Temer vem um dia depois de EUA e Europa selarem acordos comerciais (Mike Hutchings/Reuters)

EH

EXAME Hoje

Publicado em 26 de julho de 2018 às 06h40.

Última atualização em 26 de julho de 2018 às 09h47.

O presidente Michel Temer se encontra com o líder da China, Xi Jinping, nesta quinta-feira, num encontro que não poderia vir em hora mais propícia. A pauta oficial é discutir taxas impostas a alguns produtos, como o frango brasileiro, e estreitar os laços comerciais entre os países. O encontro faz parte de uma série de reuniões paralelas à Cúpula dos BRICS (Brasil, Rússia, Índia, China e África do Sul), grupo dos países em desenvolvimento, que se encontram na África do Sul entre os dias 25 e 27.

Mas, depois que Estados Unidos e União Europeia anunciaram ontem um acordo comercial com vistas a zerar a taxação de produtos em setores como indústria e agricultura, a reunião de brasileiros e chineses ganha especial importância uma vez que afasta outras regiões, como o Mercosul, de possíveis acordos com a União Europeia. A China, neste cenário, vira uma alternativa possível para o Brasil.

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O governo chinês decidiu aplicar, no mês passado, uma medida antidumping provisória às exportações de produtos de frango brasileiro. Maior exportador de frango no mundo, o Brasil vê a parceria com a China (cerca de 50% dos frangos consumidos no país são brasileiros) como essencial para se manter com o título. Isso porque, mesmo o país não sendo o maior consumidor de frangos do país, é o que mais absorve os subprodutos da carne, aumentando o volume dessas exportações.  Mas, para o governo chinês, a exportação brasileira fez com que a produção local fosse “substancialmente prejudicada”, e prevê a diminuição das importações enquanto a ação é investigada.

O Brasil também vai receber milhares de empresários chineses, até esta quinta-feira, que buscam estreitar os laços comerciais. A feira Eletrolar Show 2018, que acontece em São Paulo, tem reunidos 120 expositores chineses – que são considerados mediadores nos acordos entre empresas de eletrodomésticos e consumidores da América Latina. Os chineses querem participar do consumo diário dos latino-americanos.

O governo chinês busca, junto aos membros do BRICS, combater o unilateralismo dos Estados Unidos. Ontem, o presidente Xi Jinping afirmou que uma guerra comercial global deveria ser rejeitada porque não haveria ganhador, fazendo um para rejeitar o unilateralismo em meio às ameaças de tarifas pelo presidente dos Estados Unidos, Donald Trump.  “Nós deveríamos ser firmes em rejeitar o unilateralismo”, disse Xi.

Para o líder chinês, o unilateralismo e o protecionismo estão aumentando, dando um duro golpe ao multilateralismo, e que por isso a China continuará se desenvolvendo de “portas ‘completamente’ abertas”.

 

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