Economia

Temer sanciona Refis a um dia de votação da segunda denúncia

Governo antecipou a sanção, planejada apenas para a semana que vem, por pressão de parlamentares

Michel Temer: a sanção acontece na véspera da votação pela Câmara da 2ª denúncia (Adriano Machado/Reuters)

Michel Temer: a sanção acontece na véspera da votação pela Câmara da 2ª denúncia (Adriano Machado/Reuters)

R

Reuters

Publicado em 24 de outubro de 2017 às 21h03.

Última atualização em 24 de outubro de 2017 às 22h25.

Brasília - O presidente Michel Temer sancionou nesta terça-feira a lei que cria um novo programa de refinanciamento de dívidas tributárias de empresas com a União, conhecido como Refis, com quatro vetos, segundo informaram à Reuters fontes palacianas.

O governo antecipou a sanção, planejada apenas para a semana que vem, por pressão de parlamentares, na véspera da votação da segunda denúncia contra o presidente pelo plenário da Câmara dos Deputados.

Porta-voz do grupo de parlamentares interessado no Refis, Newton Cardoso, vinha cobrando insistentemente a sanção antes do prazo final - 3 de novembro - e uma medida provisória estendendo o prazo de adesão, que se encerraria no final desta semana. O governo não confirma a edição da MP, mas admite que é provável que seja sim editada por um período de até 15 dias.

Depois de ameaçar vários vetos, o governo se concentrou em quatro pontos. Um deles, o que estendia os prazos de pagamento e os descontos do programa para as micro e pequenas empresas participantes do Simples Nacional, que já tem um regime próprio de tributação. O segundo, em artigo que detalha as parcelas mínimas a serem pagas, retira também a referente a participantes do Simples.

O governo também decidiu pelo veto completo ao artigo 12, que zera as alíquotas da Contribuição sobre o Lucro Líquido, Impostos de renda, contribuição para PIS/PASEP e Cofins sobre a receita auferida com a cessão de créditos de prejuízo fiscal para o pagamento do Refis.

O último veto foi à parte do texto aprovado pelos deputados que vedava a exclusão do Refis de 2000 de participantes que estejam em dia com os pagamentos, mas cujas parcelas sejam insuficientes para amortizar a dívida principal.

O Palácio do Planalto ainda não divulgou a justificativa para os vetos.

Sozinho, o Refis rendeu à União 3,401 bilhões de reais em setembro, somando 10,985 bilhões de reais no ano até agora. As cifras incluem valores negociados junto à Receita e à Procuradoria Geral da Fazenda Nacional.

Inicialmente, o governo tinha expectativa de arrecadar 13 bilhões de reais com o programa, mas os números foram ajustados para 8,8 bilhões no último relatório bimestral de receitas e despesas.

Acompanhe tudo sobre:Dívidas empresariaisEmpresasGoverno TemerMichel Temer

Mais de Economia

BNDES vai repassar R$ 25 bilhões ao Tesouro para contribuir com meta fiscal

Eleição de Trump elevou custo financeiro para países emergentes, afirma Galípolo

Estímulo da China impulsiona consumo doméstico antes do 'choque tarifário' prometido por Trump

'Quanto mais demorar o ajuste fiscal, maior é o choque', diz Campos Neto