Senador Aloysio Nunes Ferreira (PSDB-SP) durante discurso no Senado (Moreira Mariz/Agência Senado)
Estadão Conteúdo
Publicado em 30 de maio de 2017 às 11h04.
São Paulo - O ministro das relações exteriores, Aloysio Nunes, declarou em discurso nesta terça-feira, 30, que o Brasil está fazendo "profundas e audaciosas" reformas.
O presidente Michel Temer foi chamado de "reformista" e Nunes afirmou "ter certeza" que o peemedebista entregará ao seu sucessor em 1º de janeiro de 2019 "um Brasil muito melhor".
Aloysio Nunes disse que o Brasil está restaurando os fundamentos da economia e voltou a crescer. Apesar da turbulência política, o ministro afirmou que não há turbulência institucional.
"Creio que é difícil encontrar um País com maior independência do judiciário, do Ministério Público e da Polícia Federal", disse Nunes. Na economia, o ministro falou do esforço do governo de melhorar as contas fiscais. "Nossa gestão pública, aos trancos e barrancos, vem sendo aprimorada."
Ao fazer um histórico dos últimos presidentes, Aloysio Nunes disse que o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva fortaleceu a inclusão social e o combate à pobreza.
Temer, disse ele, não ficou parado e conquistou "sólido e majoritário" apoio no Congresso. "Temer não faz apenas um governo de transição, mas é ousadamente reformista", afirmou o ministro das Relações Exteriores.
Comércio internacional
Nunes dedicou parte de seu discurso para falar do comércio internacional e afirmou que o Brasil espera concluir acordo com União Europeia "rapidamente, aproveitando interesse renovado dos europeus".
"Temos sólida rede de acordos de livre comércio na América do Sul", afirmou ele, destacando ainda que o Brasil tem boa relação com as duas maiores economias do mundo, China e Estados Unidos.
Antes de Nunes, quem discursou foi o presidente do Banco Interamericano de Desenvolvimento (BID), Luis Alberto Moreno, que também destacou as reformas que estão sendo feitas no País e a necessidade de investimento em infraestrutura.
"Apesar da crise, o Brasil está levando adiante as grandes reformas", afirmou, ressaltando que o País sairá fortalecido da crise e os brasileiros vão recuperar a confiança.
O governo brasileiro realiza nesta terça o Fórum de Investimento Brasil 2017, com a presença de praticamente todo o governo, incluindo o presidente Michel Temer.
Também presente, o presidente do Senado, Eunício Oliveira (PMDB-CE), disse que, diante da instabilidade, não é hora de "tergiversar". O senador afirmou que, mesmo com a crise política, o Congresso segue adiante e vai aprovar as reformas propostas pelo governo. "É uma agenda para as futuras gerações de brasileiros", disse em discurso no Fórum.
Oliveira afirmou que a agenda de reformas "ultrapassou a vontade do governo e consolidou a vontade do Congresso". "Há uma interação quase perfeita entre matérias votadas na Câmara e no Senado." Mesmo com a crise, o senador frisou mais de uma vez em seu discurso que o "parlamento vai seguir em frente". "Na crise, só a política é capaz de aglutinar a maioria, fora da política temos as ditaduras."
"O Congresso segue adiante sobre as dificuldades para restituir ambiente de diálogo", afirmou o senador.
Oliveira também reservou parte de seu discurso para falar da recuperação da economia, que dá sinais de ter deixado o período de recessão para trás. "Ainda há muito a fazer para retomar crescimento, condições já estão na pauta do Congresso."
Também no evento, o presidente da Câmara dos Deputados, Rodrigo Maia, disse que a casa vai manter a sua linha na defesa da agenda do mercado e da geração de empregos. Ele reassumiu seu compromisso com o presidente Temer ecom a agenda reformista. "Reafirmo o meu compromisso com presidente Temer, que é corajoso ao enfrentar esses temas", disse.
Para Maia, o Brasil desde o passado passou a construir de forma conjunta com os poderes Executivo e Legislativo uma agenda de mudanças. "Desde a constituinte de 1988se criou um Estado gigante sem capacidade de comando, com recursos só para os privilegiados", disse o presidente da Câmara.
A sociedade, de acordo com ele,tem sido usada por poucas corporações para se beneficiar, sendo que a grande população de brasileiros é a prejudicada. "Essas são as que agora querem manter os privilégios", disse., acrescentando que a atua gestão quer um Estado mais regulador e um setor privado mais forte.