Michel Temer: o presidente lançou o Progredir, programa de microcrédito para famílias de baixa renda (Darren Ornitz/Reuters)
Estadão Conteúdo
Publicado em 26 de setembro de 2017 às 13h15.
Última atualização em 26 de setembro de 2017 às 14h38.
Brasília - Enquanto na Câmara dos Deputados o dia deve ser dedicado à leitura da denúncia por organização criminosa e obstrução de justiça, o presidente Michel Temer tenta dar ar de normalidade e, durante cerimônia no Palácio do Planalto, afirmou que tem o "sonho" de que, em 10 ou 15 anos, nenhum brasileiro precise mais do Bolsa Família.
"Meu sonho é que daqui a 10, 15 anos, não vou fixar prazo, que num dado momento venhamos aqui para comemorar a desnecessidade de qualquer beneficio individual e que todos estarão empregados no nosso País", disse, recebendo aplausos de ministros e presidentes de bancos presentes à cerimônia.
Ao lançar o programa Progredir, o presidente disse ainda que o nome poderia ser um "novo lema do governo" e repetiu que em poucos meses já produziu muitas coisas no campo social e no desenvolvimento.
"A Bolsa de Valores atingiu o seu maior pico, mais de 76 mil pontos, quando a Bolsa reage desta maneira significa credibilidade e confiança. E ninguém investe sem confiança", declarou.
Em uma clara mensagem ao mercado financeiro, o presidente lembrou suas viagens internacionais, disse que recentemente em Nova York teve diversas reuniões com empresários e investidores. "Fomos à Rússia, China, Estados Unidos, Argentina, todas eles interessadíssimos em investir no nosso País. Não há uma pessoa no exterior que não diga que não quer investir no Brasil", afirmou.
Como tem feito em suas falas recentes, Temer voltou a exaltar os números da economia, disse que quando assumiu o governo o País estava em uma "recessão muito expressiva" e que agora está em um novo rumo.
Nos últimos cinco meses, o País começou a responder ao trabalho de combate a recessão", disse, ressaltando que no tocante ao emprego também nos últimos cinco meses os dados são positivos.
O presidente lançou, ao lado de ministros, do presidente do Senado, Eunício Oliveira, e do presidente do Banco Central, Ilan Goldfajn, o Progredir, programa de microcrédito para famílias de baixa renda.
Tocada pelo Ministério do Desenvolvimento Social e Agrário, a ação prevê a disponibilidade de R$ 3 bilhões para que as famílias que estão inscritas no Cadastro Único dos programas sociais do governo federal.
Temer, que na cerimônia cedeu palanque para outros seis discursos, afirmou que não se cansa de repetir os feitos de seu governo, que seu objetivo é pelo "bem-estar dos brasileiros". "Logo que assumi disseram que eu, ou melhor que o (ministro) Osmar Terra (Desenvolvimento Social), ia acabar com o Bolsa Família, mas, ao contrário, nós revalorizamos o programa", disse.
Assim como fez o ministro do Desenvolvimento Social e Agrário, Osmar Terra, em seu discurso, Temer afirmou que o seu governo conseguiu zerar a lista de pessoas cadastradas para entrar no Bolsa Família e essa e outras ações dá ao governo "a sensação de que o País está crescendo e desenvolvendo".
O objetivo do Progredir é dar prioridade aos beneficiários do Bolsa Família e criar oportunidade para que eles possam empreender e futuramente deixar de depender do benefício. Segundo o MDS, o objetivo é elevar a renda de até 1 milhão de famílias para que elas possam deixar o Bolsa Família num prazo de dois anos.
Além da linha de microcrédito, o Progredir vai oferecer cursos de qualificação profissional. Para isso, o programa terá ações conjuntas com outros ministérios como Educação; Trabalho; Indústria, Comércio Exterior e Serviços; e Ciência e Tecnologia.
O programa também vai auxiliar na intermediação de mão de obra, por meio do cruzamento de currículos e de vagas de empregos de forma regionalizada. A expectativa é que esse eixo do projeto atinja cerca de 20 milhões de trabalhadores.