Declaração é dada no momento em que governo discute redução de despesas (Washington Costa/MPO/Divulgação)
Agência de notícias
Publicado em 28 de outubro de 2024 às 16h18.
Em meio às discussões no governo sobre a necessidade de redução de gastos para equilibrar as contas públicas, a ministra do Planejamento, Simone Tebet, defendeu nesta segunda-feira, 28, o corte de políticas públicas ineficientes. Segundo ela, o Brasil está fazendo o dever de casa, mas falta coragem para cortar, pois não existe "social sem fiscal".
“Não existe social sem fiscal. Os números estão aí para mostrar que tudo que tinha que dar certo deu. Só falta uma coisa: temos que ter a coragem de cortar aquilo que é ineficiente. Erros e fraudes já foram cortados em 2023 porque eram frutos da pandemia. Agora, é hora de acabar com políticas públicas que são ineficientes”, disse a ministra durante evento da Agência Brasileira de Promoção de Exportações e Investimentos (Apex) em São Paulo.
Tebet destacou que a redução de despesas é importante para aumentar o volume de investimentos no Brasil, especialmente em infraestrutura.
“É preciso investimento privado no Brasil, só investimento público é insuficiente. Entre os países emergentes, nós estamos bem abaixo. Só conseguiremos alavancar isso, fazendo o dever de casa, como estamos fazendo, garantindo segurança jurídica e estabilidade”, reforçou a ministra.
Segundo Tebet, o corte das políticas ineficientes não visa apenas o superávit, mas sim trazer maior eficiência ao gasto público.
Nesta semana, Tebet e o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, voltaram a Brasília com o foco nas discussões sobre o corte de gastos. Na semana passada, ambos participaram de reuniões do Banco Mundial, do Fundo Monetário Internacional (FMI) e do G20 em Washington.
Fernando Haddad tem uma reunião marcada com o presidente Lula sobre o tema. A decisão pode ser tomada nos próximos dias ou eventualmente adiada para a primeira semana de novembro.
Como será necessário aprovar mudanças na legislação, a estratégia é aguardar o segundo turno das eleições municipais para aprofundar as discussões.
Até o momento, a equipe econômica evitou detalhar o escopo das medidas, mas sustenta que é preciso reduzir as despesas obrigatórias para manter o arcabouço fiscal.