Economia

Taxas de juros prejudicam empresas brasileiras, diz Fitch

"O aumento das taxas de juros brasileiras tem impedido a geração de fluxo de caixa livre, ameaçando a viabilidade de empresas como a CSN e Usiminas"


	Sede da Fitch Ratings: de acordo com a Fitch, a maioria dos emissores não é capaz de evitar uma dívida local de alto custo e o mercado de capital internacional permanece fechado para a maior parte das companhias
 (Brendan McDermid/Reuters)

Sede da Fitch Ratings: de acordo com a Fitch, a maioria dos emissores não é capaz de evitar uma dívida local de alto custo e o mercado de capital internacional permanece fechado para a maior parte das companhias (Brendan McDermid/Reuters)

DR

Da Redação

Publicado em 30 de novembro de 2015 às 14h44.

São Paulo - A agência de classificação de risco Fitch afirmou que espera uma pressão contínua sobre os indicadores de crédito no Brasil para o próximo ano, em decorrência de uma combinação de "fraco ambiente macroeconômico" e taxas de juros crescentes.

"O aumento das taxas de juros brasileiras tem impedido a geração de fluxo de caixa livre, ameaçando a viabilidade de empresas como a CSN e Usiminas, e contribuindo para os rebaixamentos da Camargo Corrêa, Eletrobras, e Oi", disse Cristina Madero, diretora associada da Fitch.

A taxa Selic aumentou para 14,25% de 7% desde 2013. Outras taxas são o índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), que subiu para 9,5%, de 6,6%; e a Taxa de Juro de Longo Prazo (TJLP) do Banco do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), que subiu para 7%, de 5%.

A Fitch estima que 32% da sua carteira brasileira agora gasta mais de 50% do lucros antes de juros, impostos, depreciação e amortização (Ebitda, na sigla em inglês) em serviço de dívida, comparados com 24% no ano encerrado em 2013.

O fluxo de caixa livre médio das companhias brasileiras é de US$ 20 milhões, comparados com US$ 47 milhões negativos para companhias que gastam mais de 50% do Ebitda em serviços de dívida.

De acordo com a Fitch, a maioria dos emissores não é capaz de evitar uma dívida local de alto custo e o mercado de capital internacional permanece fechado para a maior parte das companhias, por causa de preocupações relacionadas à deterioração do ambiente político e econômico e incertezas sobre as investigações sobre corrupção.

Apenas seis companhias foram capazes de recorrer aos mercados em 2015: Petrobras, Votorantim Cimentos, Oi, Embraer, Globo Comunicação e Participações e BRF. Em 2014, 36 companhias podiam recorrer ao mercado.

Acompanhe tudo sobre:Agências de ratingeconomia-brasileiraEmpresasFitchJuros

Mais de Economia

BNDES vai repassar R$ 25 bilhões ao Tesouro para contribuir com meta fiscal

Eleição de Trump elevou custo financeiro para países emergentes, afirma Galípolo

Estímulo da China impulsiona consumo doméstico antes do 'choque tarifário' prometido por Trump

'Quanto mais demorar o ajuste fiscal, maior é o choque', diz Campos Neto