Economia

Juro muito baixo deveria deixar o Fed nervoso, diz Plosser

Segundo um dos principais diretores, mesmo com a inflação abaixo da meta, não há nenhuma razão para manter as taxas nos níveis do período de crise


	Presidente do Federal Reserve da Filadélfia, Charles Plosser
 (Brendan McDermid/Reuters)

Presidente do Federal Reserve da Filadélfia, Charles Plosser (Brendan McDermid/Reuters)

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Da Redação

Publicado em 11 de novembro de 2014 às 17h26.

Londres - As taxas de juros perto de zero nos Estados Unidos estão muito baixas e deveriam deixar o Federal Reserve, o banco central do país, nervoso disse um de seus principais diretores, Charles Plosser, nesta terça-feira.

Plosser afirmou em uma entrevista à emissora CNBC que, apesar de a inflação estar abaixo da meta do Fed de 2 por cento, não há nenhuma razão para manter as taxas de juros nos níveis semelhantes ao de período de crise, principalmente com o desemprego tão baixo.

"Há muitos indicadores que nos dizem que as taxas estão muito baixas", disse Plosser.

"Estamos com a taxa zero por quase seis anos e não há precedentes na história, mesmo quando a inflação é muito baixa, de ter juros em zero quando as taxas de desemprego são tão baixas como estão atualmente", acrescentou.

"Estamos realmente nos comportando de uma maneira fora das normas históricas e isso deveria nos deixar nervosos."

Plosser, que deve deixar a presidência do Fed de Filadélfia em março, está entre a minoria dos diretores do Fed que quer encerrar a fase de política monetária expansionista antes do meio do próximo ano, que é quando a maioria de seus colegas vê um aumento nas taxas de juros.

Plosser minimizou o nervosismo recente nos mercados financeiros com a perspectiva de um aumento dos juros e o potencial impacto negativo na economia dos EUA a partir de uma alta do dólar.

"Pode haver algumas reverberações de um dólar mais alto em algumas empresas e na economia dos EUA, mas eu acho que vai ser relativamente pequeno", disse Plosser. "Nós não deveríamos estar respondendo a todas as pequenas oscilações dos mercados financeiros", disse.

"Nosso trabalho não é para suprimir a volatilidade do dólar, nem para reprimir o ajuste dos preços dos ativos. Precisamos manter nossos olhos focados em nossos objetivos de longo prazo."

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