O novo ministro do Planejamento, Valdir Simão (esq), com o novo ministro da Fazenda, Nelson Barbosa (Wilson Dias/Agência Brasil/Fotos Públicas)
Da Redação
Publicado em 21 de dezembro de 2015 às 09h32.
São Paulo – As movimentações no mercado de juros nesta segunda-feira, 21, devem ter no foco Nelson Barbosa, o substituto de Joaquim Levy no Ministério da Fazenda. A direção que o dólar tomará hoje também influenciará os negócios, em mais uma sessão que deve ser instável para as cotações das taxas futuras. A cogitação de seu nome na sexta-feira colaborou para trazer volatilidade aos negócios e pressão de alta nas taxas, embora os vencimento de curto prazo tenham reduzido os prêmios no final da sessão diante da avaliação de que com um nome desenvolvimentista na Fazenda, o Banco Central poderia ter uma postura mais "dovish" ou suave em relação à política monetária.
Nos primeiros negócios após a abertura, as taxas avançam em linha com o dólar à vista. O DI janeiro de 2017 projetava 15,89%, de 15,83% no ajuste anterior; o DI janeiro de 2019 subia de 16,56% para 16,58%; e o DI janeiro de 2021 estava em 16,45%, de 16,33%.
Na sexta-feira, o presidente do BC, Alexandre Tombini, disse, no entanto, que a troca de ministros não trará qualquer mudança à política monetária em curso. Em discursos recentes nos últimos dias, Tombini sinalizou que o BC poderá elevar a taxa básica de juros, atualmente em 14,25% ao ano. Por isso, o investidor começa o dia atento à reunião entre Tombini e Barbosa, prevista para as 9h30.
Depois, Barbosa, que já passou o fim de semana em reuniões em Brasília, participa de teleconferência com investidores nacionais e estrangeiros (12h), na primeira tentativa para ganhar confiança dos mercados como titular da Fazenda e tentando se livrar da marca de ser contra ajuste fiscal. No fim da tarde, Barbosa assume durante a cerimônia de transmissão do cargo (17h).
No mercado, a percepção sobre a inflação segue piorando. As projeções para o IPCA de 2016, mostradas pelo Boletim Focus, subiram para 6,87% ante 6,80% da semana passada e de 6,64% de quatro semanas atrás. O BC já avisou que não vai focar mais 2016, mas, sim, 2017 em sua tarefa de levar a inflação para o centro da meta, de 4,5%. No caso de 2015, a mediana avançou de 10,61% para 10,70%, registrando a 14ª semana consecutiva em que há alta das estimativas para esta variável.
Na política, o ministro da Secretaria de Governo, Ricardo Berzoini, fará uma última tentativa de costurar um acordo para encurtar o recesso do Congresso, em reunião com líderes da base para fechar a questão, às 15 horas. O governo defende um recesso encurtado com um retorno dos trabalhos dos parlamentares ainda em janeiro. O recesso do Congresso começa oficialmente no dia 23 de dezembro e acaba no dia 2 de fevereiro.
Na semana mais curta nos mercados por causa do Natal, o investidor aguarda o relatório Trimestral de Inflação (RTI), que sai na quarta-feira.