Economia

Taxa de desemprego no Brasil cai e fica em 8,9% no trimestre até agosto, mostra Pnad

Taxa de desocupação recuou de 9,1% para 8,9% no trimestre encerrado em agosto na Pnad Contínua, do IBGE. São 9,7 milhões de desempregados

Desemprego: taxa de desocupação mostrou nova queda em agosto, em linha com o consenso do mercado (Marcos Santos/Agência USP)

Desemprego: taxa de desocupação mostrou nova queda em agosto, em linha com o consenso do mercado (Marcos Santos/Agência USP)

CR

Carolina Riveira

Publicado em 30 de setembro de 2022 às 11h33.

Última atualização em 30 de setembro de 2022 às 11h45.

A taxa de desocupação no mercado de trabalho brasileiro caiu para 8,9% no trimestre até agosto, segundo divulgado nesta sexta-feira, 30, na Pnad Contínua, do IBGE. No trimestre até julho, a taxa estava em 9,1%.

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O desemprego oficial é o menor desde o trimestre encerrado em julho de 2015, segundo o IBGE.

O número de desempregados no Brasil ficou em 9,7 milhões de pessoas no período, ante 9,9 milhões na divulgação mensal anterior, no trimestre até julho.

O número veio em linha com o consenso do mercado, que projetava desemprego nos mesmos 8,9%.

“O mercado de trabalho segue a tendência demonstrada no mês passado, continuando o fluxo que ocorre ao longo do ano, de recuperação”, disse em nota Adriana Beringuy, coordenadora da Pnad no IBGE.

O nível de ocupação foi de 57,1%, alta de 3,7 pontos percentuais em relação ao ano passado e também o nível mais alto desde 2015.

Em valores absolutos, o contingente de pessoas ocupadas ficou em 99 milhões, o mais alto da série histórica iniciada em 2012. O contingente aumentou 1,5% frente ao trimestre anterior, encerrado em maio (com 1,5 milhões de novas pessoas no mercado de trabalho), e 7,9% em relação ao mesmo trimestre do ano passado.

A taxa de informalidade ficou em 39,7% da população ocupada no trimestre até agosto.

Ao todo, o número de trabalhadores informais ficou em 39,3 milhões de pessoas, ainda o maior da série histórica desse indicador (iniciado somente em 2016).

Rendimento real sobe 3,1%

Pelo segundo mês consecutivo, o rendimento real habitual (que desconta a inflação) teve alta. O crescimento foi de 3,1% em relação ao trimestre anterior (de março a maio), ficando em R$ 2.713. Em relação ao menos período do ano passado, o valor ficou estável.

"Esse crescimento está associado, principalmente, à retração da inflação. Mas a expansão da ocupação com carteira assinada e de empregadores também são fatores que colaboram", disse Beringuy.

Apesar da melhora, na série histórica iniciada em 2012, o rendimento real ainda é o pior desde 2013. O valor final inclui a correção pela inflação, que embora venha caindo nos últimos meses puxada por combustíveis, ainda penaliza a renda média em itens importantes como alimentos.

Já no agregado, com o maior número de pessoas trabalhando, a massa de rendimento subiu. A massa de rendimento real habitual (R$ 263,5 bilhões) cresceu 4,7% frente ao trimestre anterior e 7,7% na comparação anual.

Subutilização fica em 20,5%

A população desalentada, que não está empregada mas desistiu de procurar trabalho (e por isso não entra na contagem oficial da taxa de desocupação), ficou em 4,3 milhões, estabilidade frente ao trimestre anterior e queda de 18,5% na comparação anual.

Com isso, a taxa composta de subutilização ficou em 20,5%, caindo 1,3 p.p. no trimestre e 6,6 p.p. na comparação anual, a menor desde maio de 2016.

A taxa inclui a chamada "população subutilizada": os trabalhadores que estão desempregados e não conseguem emprego, os que não estão procurando emprego, mas gostariam de trabalhar, e os que trabalham um menor número de horas do que gostariam.

Trabalhadores sem carteira sobem 16% e com carteira, 9%

Todos os grupos de trabalho tiveram alta, mas a maior variação veio no grupo dos empregados sem carteira assinado no setor privado, que subiram 16% desde agosto do ano passado. Na outra ponta, o número de empregadores (alta anual de 15%) também foi destaque, assim como de trabalhadores com carteira assinada (alta anual de pouco mais de 9%).

A divisão por categoria de trabalho no trimestre foi:

  • Empregados com carteira assinada no setor privado (sem incluir trabalhadores domésticos): total de 36,0 milhões de trabalhadores (alta trimestral de 1,1% e anual de 9,4%);
  • Empregados sem carteira assinada no setor privado: 13,2 milhões (alta trimestral de 2,8% e anual de 16,0%);
  • Trabalhadores por conta própria: 25,9 milhões (estabilidade trimestral e anual de 2,4%);
  • Trabalhadores domésticos: 5,9 milhões de pessoas (estável ante o trimestre anterior e alta anual de 10,5%);
  • Empregados no setor público: 12,1 milhões (alta trimestral de 4,1% e anual de 7,7%);
  • Empregadores: 4,3 milhões (estável ante o trimestre anterior e anual de 15,1%).

Dentre os destaques, três atividades tiveram maior influência na queda do desemprego em agosto, segundo o IBGE. Foram elas:

  • “Comércio, reparação de veículos automotores e motocicletas” (alta de 3% em comparação com o trimestre anterior e 566 mil pessoas novas pessoas);
  • “Administração pública, defesa, seguridade social, educação, saúde humana e serviços sociais” (alta de 2,9% e mais 488 mil pessoas);
  • E o grupo “Outros serviços” (alta de 4,1% e mais 211 mil pessoas).

(Com IBGE Notícias)

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