Economia

Taxa de investimento em 2016 é a pior da série iniciada em 1996

A taxa de poupança de 13,9% em 2016 também foi a menor da série, iniciada em 2010

Investimento: tanto o investimento quanto a poupança vêm caindo desde 2013 (./Divulgação)

Investimento: tanto o investimento quanto a poupança vêm caindo desde 2013 (./Divulgação)

EC

Estadão Conteúdo

Publicado em 7 de março de 2017 às 13h42.

Rio - A taxa de investimento de 16,4% registrada em 2016 foi a menor da série histórica, iniciada em 1996, segundo os dados das Contas Nacionais divulgados pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Em 2015, essa taxa havia ficado em 18,1%.

A taxa de poupança de 13,9% em 2016 também foi a menor da série, iniciada em 2010, informou Rebeca Palis, coordenadora de Contas Nacionais do IBGE. A taxa de poupança em 2015 tinha sido de 14,4%.

Tanto a taxa de investimento quanto a taxa de poupança vêm recuando desde 2013, quando alcançaram 20,9% e 18,3%, respectivamente.

Participação da indústria

A queda do preço do petróleo no mercado internacional fez com que a indústria perdesse importância na atividade econômica brasileira.

Por causa do setor petróleo, a participação da indústria extrativa mineral na formação do Produto Interno Bruto (PIB) a preços básicos passou de 2% em 2015 para 1% em 2016, o que influenciou diretamente a queda da participação da indústria, de 22,3% para 21,2% (-1,1 ponto porcentual) no PIB, no mesmo período.

Em compensação, a alta dos preços das commodities agrícolas contribuíram para que a agropecuária ganhasse importância na atividade econômica.

A participação do setor no PIB a preços básicos passou de 5% para 5,5%. Enquanto, a alta dos juros e dos spreads bancários contribuíram para o avanço da participação do setor de serviços, de 72,7% em 2015 para 73,3% em 2016.

Transportes

A atividade de transportes, armazenagem e correio teve a maior perda em 2016, queda de 7,1% ante 2015, segundo as Contas Nacionais divulgadas pelo IBGE. Houve impacto tanto do menor transporte de cargas quanto de passageiros.

"Transporte teve a maior queda, que foi muito puxada por transporte de carga e também bastante por conta do transporte de passageiro", confirmou Rebeca Palis, coordenadora de Contas Nacionais do IBGE.

Já a segunda maior perda, a de -6,6% da Agropecuária, foi provocada pela quebra de safra agrícola, por causa de problemas climáticos.

"Três das principais culturas da agropecuária tiveram perdas importantes", lembrou Rebeca.

A safra de milho encolheu 25,7% em 2016. A produção de cana de açúcar encolheu 2,7%, enquanto a safra de soja diminuiu 1,8%.

"Essas três culturas pesam cerca de 60% do total da agricultura brasileira: milho, cana e soja. E o que cresceu pesa mais ou menos só 10% da agricultura brasileira", completou a coordenadora do IBGE. Rebeca refere-se ao crescimento de 22% na safra de trigo, 15,5% no café e 2,8% na mandioca.

Outra atividade importante com perda no ano foi a extrativa mineral, que caiu 2,9% no ano passado, apesar da recuperação de preços.

O rompimento da barragem da Samarco em Mariana, Minas Gerais, ao fim de 2015, prejudicou o desempenho do setor ao longo de 2016, explicou a pesquisadora.

O destaque positivo foi a parte de Produção e distribuição de eletricidade, gás, água e esgoto, com avanço 4,7% em 2016, devido ao desligamento das usinas térmicas.

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