Economia

Taxa de emprego tende a se estabilizar, diz economista

Economista do Ipea explica que apesar da taxa de desemprego permanecer baixa, o ritmo de criação de novos empregos diminuiu


	Feira empregos: Ribeiro destacou que ainda existe uma geração de empregos significativa que mantém o mercado de trabalho positivo
 (John Moore/AFP)

Feira empregos: Ribeiro destacou que ainda existe uma geração de empregos significativa que mantém o mercado de trabalho positivo (John Moore/AFP)

DR

Da Redação

Publicado em 26 de setembro de 2013 às 17h47.

Rio de Janeiro - O coordenador do Grupo de Conjuntura (Gecon) do Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea), Fernando Ribeiro, disse hoje (26) que “a taxa de emprego tende a se estabilizar”.

O coordenador falou à Agência Brasil após o lançamento da Carta de Conjuntura número 20. Ribeiro explicou que se percebe um quadro de mercado de trabalho favorável. “A taxa de desemprego permanece baixa, embora tenha parado de cair e venha se mantendo no nível que alcançou no final do ano passado”.

Ribeiro explica que apesar da taxa de desemprego permanecer baixa, o ritmo de criação de novos empregos diminuiu. “Ele vinha sendo muito rápido até meados do ano passado e perdeu fôlego”, disse. Por isso, o crescimento está mais lento em 2013 e mais próximo do aumento da força de trabalho.

O coordenador disse que a taxa de desemprego de 5,3%, apurada pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) em seis regiões metropolitanas em agosto, contra 5,6% em julho, é um dado positivo.

Ao índice do mês passado se soma o resultado do Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged), do Ministério do Trabalho, divulgado no último dia 20, que aponta a geração de 127.648 empregos formais no país, com crescimento de 0,32% em comparação ao mês anterior.

Ribeiro destacou, também, que ainda existe uma geração de empregos significativa que mantém o mercado de trabalho positivo, puxada pelos setores de serviços e comércio, enquanto a indústria apresenta baixa geração de postos de trabalho, ou mesmo redução.


Os indicadores da Carta de Conjuntura referentes ao consumo mostram que houve desaceleração. Fernando Ribeiro explicou que isso reflete o impacto da inflação e, também, a criação mais lenta de empregos e a redução no mercado de crédito. 

Principalmente o crédito livre, para consumo de pessoa física, que desacelerou muito, embora o crédito direcionado para o setor imobiliário, por exemplo, se mantém em alta. “As pessoas, aparentemente, ficaram mais cautelosas em tomar novos empréstimos. E tudo isso, de alguma forma, segura o consumo”.

A estimativa é que o consumo deverá continuar crescendo, mas a uma taxa moderada. O movimento deverá se estender até 2014, indicou Ribeiro. “De certa forma, é bom, porque significa que continua tendo estímulo para a atividade produtiva, mas também não permite que ela não acelere”. A tendência é que a produção se mantenha em ritmo também moderado.

Acompanhe tudo sobre:economia-brasileiraEmpregosIpea

Mais de Economia

BB Recebe R$ 2 Bi da Alemanha e Itália para Amazônia e reconstrução do RS

Arcabouço não estabiliza dívida e Brasil precisa ousar para melhorar fiscal, diz Ana Paula Vescovi

Benefícios tributários deveriam ser incluídos na discussão de corte de despesas, diz Felipe Salto

Um marciano perguntaria por que está se falando em crise, diz Joaquim Levy sobre quadro fiscal