Tasso Jereissati: ele afirmou que, pessoalmente, considera que a reforma previdenciária deveria ser aprovada com celeridade (Marcelo Camargo/Agência Brasil)
Estadão Conteúdo
Publicado em 29 de novembro de 2017 às 17h30.
Brasília - O senador Tasso Jereissati (PSDB-CE), avaliou nesta quarta-feira, 29, como "inoportuno" o pedido do presidente licenciado do partido, Aécio Neves (MG), pelo fechamento de questão sobre a reforma da Previdência. "Acho que hoje atrapalha Aécio falar sobre fechar questão. Dentro desse contexto de negociação não ajuda por várias razões. É inadequado", disse.
Em conversa com jornalistas, o tucano afirmou que a linguagem da legenda é de "convencimento" e "negociação" pela mudança de alguns pontos da proposta, e não de "trocas" por cargos.
Tasso Jereissati afirmou que, pessoalmente, considera que a reforma previdenciária deveria ser aprovada com celeridade, mas alguns deputados não querem votar porque são contra o governo do presidente Michel Temer.
"Hoje é difícil algum deputado querer ser liderado ou imposto, e talvez essa tenha sido a maior dificuldade de votar a reforma. Essas declarações podem até servir para ajudar a imagem de alguns, mas para votar não adianta", criticou.
O senador disse que concorda com a fala do ministro Eliseu Padilha (Casa Civil), de que o PSDB não está mais na base do governo. "Essa sempre foi minha posição dentro do PSDB. Fora do governo, mas com apoio às reformas. Sempre foi o que eu e o que um grupo de parlamentares pregamos."
Ele cobrou que os partidos da base aliada também fechem questão sobre a Previdência. "Não existe nenhum partido da base que tenha unanimidade sobre a reforma, ninguém fechou questão, e cobram de nós. Se for para aprovar reforma com celeridade, podemos até fechar questão, mas os outros vão ter que fechar também."
Tasso Jereissati defendeu que o assunto deve ser discutido de forma "racional", com base em pontos considerados fundamentais para o PSDB.
Na terça-feira, o candidato à presidência do PSDB, governador Geraldo Alckmin (SP), confirmou que o governo vai desembarcar quando ele assumir o comando do partido. Para Jereissati, a posição de Alckmin "é o óbvio". "Esse é o sentimento do partido, só não é o sentimento de alguns", ponderou.
O tucano, que comandou o partido de forma interina por alguns meses, disse que Alckmin demonstrou estar "totalmente alinhado" com a sua visão de que o partido deve ser refundado. "Alckmin foi um dos que mais apoiou a minha candidatura (para presidência do PSDB). Não foi pelos meus belos olhos, foi pelas minhas ideias."